Google abandona meta de contratação de minorias e revisa programas de diversidade, diz jornal

O Google decidiu extinguir sua meta de contratação de minorias e anunciou uma revisão de seus programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). A decisão, revelada em um e-mail enviado a funcionários, coloca a empresa ao lado de gigantes como Meta e Amazon, que também vêm reduzindo suas iniciativas de representatividade.

A mudança ocorre em meio a um cenário de pressão política e jurídica nos Estados Unidos. O Google havia estabelecido, em 2020, o objetivo de aumentar em 30% a proporção de minorias em cargos de liderança. A medida foi adotada em resposta aos protestos sobre o assassinato de George Floyd.

No entanto, segundo o jornal The Wall Street Journal, a empresa decidiu eliminar essa meta. O e-mail interno cita decisões judiciais recentes e ações do governo Trump que restringem programas de diversidade no setor público. A Alphabet, controladora do Google, também retirou de seu relatório financeiro um trecho em que afirmava compromisso com DEI.

A decisão do Google faz parte de um movimento mais amplo no setor corporativo dos EUA. Desde 2023, diversas empresas vêm reavaliando políticas de diversidade após a Suprema Corte vetar ações afirmativas em admissões universitárias. Esse ambiente jurídico, somado ao avanço de forças políticas conservadoras, tem levado corporações a recuar em compromissos de inclusão.

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Além do Google, outras revisam políticas de minorias

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O relatório de diversidade de 2024 do Google apontou que 5,7% de seus funcionários nos EUA eram negros e 7,5% eram latinos. Apesar da eliminação da meta, a empresa afirmou que continuará investindo em iniciativas voltadas para grupos sub-representados. No entanto, reforçou que não terá mais metas de longo prazo para diversidade.

Outras gigantes do setor também estão seguindo essa tendência. Em dezembro, a Amazon suspendeu programas de diversidade considerados desatualizados. Em janeiro, a Meta anunciou cortes significativos em suas iniciativas de inclusão. Companhias como Walmart, McDonald’s e Boeing também tomaram medidas semelhantes.

Janelle Gale, vice-presidente de recursos humanos da Meta, declarou em comunicado interno que “o panorama legal e político acerca dos esforços pela diversidade, equidade e inclusão nos EUA está mudado”. A declaração reforça o impacto das mudanças políticas sobre as estratégias empresariais.

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Empresas que resistem à pressão conservadora

Apesar desse movimento, algumas companhias ainda resistem. Apple e Costco rejeitaram pedidos de acionistas para cortar investimentos em diversidade. Ambas reafirmaram compromisso com inclusão e se recusaram a atender a pressões conservadoras para desmantelar suas iniciativas de representatividade.

A decisão do Google marca mais um capítulo no embate entre políticas de diversidade e forças conservadoras nos EUA. Com grandes corporações alterando suas estratégias, o futuro das iniciativas de inclusão no setor privado permanece incerto.

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