Setor Mineral Brasileiro cresce 9,1% em 2024

O faturamento do setor mineral brasileiro atingiu R$ 270,8 bilhões em 2024, representando um crescimento de 9,1% em comparação com o ano anterior. Os dados foram divulgados dia 5 pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que reúne as principais mineradoras do país.

O aumento foi impulsionado pela valorização do dólar e pela alta nas vendas do minério de ferro, que, apesar de um recuo no preço internacional, registrou um crescimento de 8,6% em faturamento. O minério de ferro continua sendo a principal commodity do setor, representando 59,4% do faturamento total e 68,7% das exportações brasileiras no setor mineral.

De acordo com Raul Jungmann, diretor-presidente do Ibram, o aumento na produção de minério de ferro foi o principal responsável pelo crescimento nas receitas, mesmo com a queda de 9% no preço da tonelada do produto no mercado global. “Tivemos um aumento em termos de produção do minério de ferro, e por conta disso, um aumento no faturamento”, explicou Jungmann.

Setor Mineral Brasileiro

Além do minério de ferro, o cobre e o ouro também se destacaram, com altas de 25,2% e 13,3%, respectivamente. Essas elevações foram impulsionadas pelo aumento dos preços no mercado internacional, diferentemente do que ocorreu com o ferro, que teve crescimento atrelado à produção.

Minas Gerais e Pará continuaram sendo os maiores responsáveis pelo faturamento do setor mineral, representando juntos 76% do total. O estado de Minas Gerais gerou R$ 108,3 bilhões, enquanto o Pará alcançou R$ 97,6 bilhões. Outros estados também apresentaram desempenho positivo, com destaque para São Paulo (R$ 10,3 bilhões), Bahia (R$ 10,1 bilhões) e Goiás (R$ 9,6 bilhões). A boa performance de São Paulo, em particular, foi surpreendente, com o crescimento vindo da demanda por agregados da construção civil.

Arrecadação e investimentos

A arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), um tributo sobre a exploração mineral, cresceu 8,6%, passando de R$ 6,9 bilhões em 2023 para R$ 7,4 bilhões em 2024. Já os investimentos previstos pelo Ibram para o próximo quadriênio também aumentaram em 6%, com a expectativa de R$ 68,4 bilhões entre 2025 e 2029, frente a R$ 64,5 bilhões do período anterior. O setor projeta crescimento principalmente em logística, ferro e projetos socioambientais.

O setor mineral brasileiro manteve um superávit de R$ 34,95 bilhões na balança comercial, representando 47% do superávit do país. As exportações subiram 0,9%, enquanto as importações caíram 23,1%. Jungmann atribui esse desempenho à antecipação de compras nos últimos anos, especialmente de potássio, fosfato e carvão, devido à guerra entre Rússia e Ucrânia.

Em relação aos minerais críticos, fundamentais para a transição energética, como cobre, níquel, lítio e silício, Jungmann acredita que a demanda seguirá forte, apesar das incertezas políticas internacionais. Esses minerais são essenciais para tecnologias de energia limpa, como baterias de veículos elétricos e painéis solares.

Imposto Seletivo e desafios tributários

O Ibram também criticou o Imposto Seletivo, aprovado na reforma tributária de 2024, que incide sobre bens minerais, além de outros produtos como bebidas alcoólicas e cigarros. O imposto sobre as exportações de minerais foi vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o Ibram considera a tributação sobre exportação inconstitucional e vai lutar para que o Congresso derrube esse veto. Jungmann afirmou que, se necessário, a questão será levada ao Judiciário.

“Foi uma luta enorme para retirar o imposto sobre a exportação e vamos lutar com todas as nossas forças para suprimir isso”, afirmou Jungmann, destacando os prejuízos para o setor e para a economia brasileira caso o tributo se mantenha.

O post Setor Mineral Brasileiro cresce 9,1% em 2024 apareceu primeiro em Capitalist.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.