A China, os Estados Unidos e a corrida pela inteligência artificial

 

Diego Leonardo Santana Silva

Atualmente realiza pós-doutorado no PROFHISTÓRIA/UFS

Doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)

Imagem retirada de: https://olhardigital.com.br/2019/06/14/noticias/china-x-eua-5-perguntas-e-respostas-sobre-a-briga-tecnologica-entre-as-superpotencias/

 

Nos últimos dias, o lançamento da IA chinesa DeepSeek gerou um impacto na corrida pela inteligência artificial (IA). De fato, as empresas de tecnologia gastam bilhões de dólares para criar suas IA visando ocupar o imenso espaço de possibilidades que elas permitem. O fato de os chineses conseguirem criar uma IA mais poderosa que o famoso Chat GPT usando muito menos recursos e colocá-la em código aberto e gratuitamente na internet causou um baque no Vale do Silício. Empresas de tecnologia norte-americanas perderam 1 trilhão de dólares de valor de mercado. Esse foi mais um movimento na disputa tecnológica entre os Estados Unidos e a China Popular.

Precisamos observar que ao longo da história quem teve mais tecnologia conseguiu ser mais dominante. Trazendo para um período mais recente, na segunda metade do século XX tivemos a Guerra Fria no qual os Estados Unidos e a antiga União Soviética empreenderam uma série de disputas, entre elas, a disputa tecnológica na qual a corrida espacial foi uma das principais competições. Muito do que utilizamos hoje como satélites e a própria internet são fruto da Guerra Fria. O fato de os Estados Unidos terem saído à frente e dominado a tecnologia informacional o colocou ainda mais em vantagem em relação aos seus adversários. Por essa razão, muito do que utilizamos hoje no que diz respeito a tecnologia teve origem nos Estados Unidos.

Porém, dentro da corrida tecnológica sempre há desafios e possibilidades. Nas últimas décadas a ascensão da China Popular fez com que esse país se tornasse um player na corrida tecnológica. Nesse momento, a inteligência artificial está no centro dessa disputa devido às suas potencialidades, principalmente devido a emergência da internet 5G. A conexão 5G promete ser uma internet com tempo de latência menor e mais velocidade o que permitirá transmitir mais dados. Com isso, uma série de oportunidades se abrem. Pensemos as mudanças que a internet 4G trouxe e que acarretou uma série de empresas como bancos digitais, redes sociais e empresas que prestam serviços como a Uber e o iFood.

Uma internet ainda mais poderosa e estável permitirá criar novos produtos e serviços. Quais? Bem, aí o céu é o limite e, evidentemente, quem sair à frente nessa corrida ganha uma vantagem sobre o outro. Por essa razão, tanto interesse nesse tema e tanta disputa. Os Estados Unidos entendem esse assunto como de interesse nacional e impôs sanções à compra de chips para os chineses. De nada adiantou. É válido lembrar que a corrida pela IA é apenas uma dentre outras disputas tecnológicas ocorrendo atualmente. A ascensão dos carros elétricos é outra e tantas outras ocorrem e ocorrerão.

A terceira década do século XXI traz consigo um período de transformações e desafios pela hegemonia global. De fato, a DeepSeek foi um golpe no Vale do Silício. É ver como eles reagirão.

 

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