Governo aposta em política fiscal para reancorar expectativas de inflação

Foto: Rogério Ceron / José Cruz / Agência Brasil

Para reancorar as expectativas de inflação, a aposta do governo é em uma condução contracionista da política fiscal este ano, afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, de acordo com o “Valor”.

“Eu acho que está todo mundo alinhado e preocupado em garantir que esse processo de reancoragem da inflação corrente e da inflação futura no horizonte de tempo relevante aconteça o mais rápido possível”, disse.

Ao passo que a percepção de risco quanto ao governo federal adotar medidas de elevação dos gastos públicos for afastada, o processo pode ser acelerado, comentou Ceron.

“Uma preocupação grande, que fica entrando em todos os macropreços, é a incerteza, o risco de o governo atuar na ponta oposta à política monetária, prolongando ou até intensificando o esforço do Banco Central, consequentemente gerando impactos em dívida pública”, disse.

O secretário do Tesouro ainda completou afirmando que o governo irá atuar de forma harmônica com o BC (Banco Central). “Nós vamos ser contracionistas para poder ajudar que esse processo seja célere e o menos custoso possível para a sociedade”, acrescentou.

As declarações de Ceron se alinham à mensagem enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional, na qual afirma que o governo não hesitará em bloquear e contingenciar despesas, de forma a atingir a meta de déficit zero fixada para este ano.

Segundo Ceron, existe um “plano de voo” para o cumprimento da meta de 2025. Além disso, ele afirmou que este ano a equipe econômica tem mais clareza sobre como atingir o objetivo.

Para 2026, o secretário descartou qualquer alteração de meta. “Não vamos ter revisão de meta de novo”, afirmou. “Temos condições de entregar os resultados fiscais.”

Haddad: governo vai alinhar interpretações sobre FIIs e Fiagros

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo pretende complementar as informações derivadas da reforma tributária para “harmonizar” as interpretações relativas as cobranças de FIIs (Fundos de Investimentos Imobiliários) e Fiagro (Fundos do Agronegócio).

Haddad admitiu que na redação da reforma, os fundos ficaram com uma posição dúbia: “Ficou uma coisa híbrida, é contribuinte para algumas coisas e não é para outras”, destacou. Preocupado com uma controvérsia jurídica, o político se preocupa em estabelecer um critério geral que alinha com a constituição.

O governo sancionou o projeto de regulamentação da reforma, porém, vetou trecho que isentava fundos de pagar contribuições e impostos sobre bens e serviços. Segundo o ministro, já foi acordado uma regra para os FIIs: “Agora vamos falar com o do agro para harmonizar a lei complementar com a constituição”.

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