Itaú (ITUB4) processa ex-executivo por ‘fraude rasteira’ e cobra R$ 3,3 mi

Foto: Thomashobbs / Flickr

O Itaú Unibanco (ITUB4) entrou com uma ação indenizatória contra Alexsandro Broedel, seu ex-vice-presidente financeiro (CFO), solicitando o ressarcimento de R$ 3,350 milhões. O caso veio à tona em dezembro, quando o banco já havia iniciado um processo civil.

O banco acusa Broedel e Eliseu Martins, um renomado especialista em contabilidade, de envolvimento em fraude. De acordo com a instituição, foram descobertas transferências de recursos e uma sociedade entre ambos, o que teria favorecido o ex-executivo da instituição.

Uma investigação interna realizada pelo Itaú revelou que Broedel teria recebido aproximadamente R$ 4,860 milhões em pagamentos oriundos de Martins e de empresas a ele associadas.

O banco concluiu que esses pagamentos foram uma forma de “rebate” pelos pareceres contábeis contratados pelo Itaú, os quais estavam sob a responsabilidade do ex-CFO.

Na ação indenizatória, além de Broedel e Eliseu Martins, são citados como alvos os filhos do contador, Eric Aversari Martins e Vinicius Aversari Martins, além das consultorias Care Consultores, Evam Consultores Associados e Broedel Consultores Associados.

Na petição elaborada pelo escritório Bermudes Advogados, o Itaú alega que, apesar da reputação de Broedel e Martins, ambos estariam envolvidos em uma “fraude rasteira”.

O documento aponta que Martins repassava 40% do valor recebido pelos pareceres a Broedel, que, como CFO do banco, era responsável pela contratação desses serviços.

Como resultado, Martins se tornou “o prestador de serviços do Itaú Unibanco mais contratado para emissão de pareceres na história do banco”.

Investigação revela fraude e busca por ressarcimento do Itaú

O Itaú detalhou em sua petição que, após descobrir um esquema fraudulento, o banco deu várias oportunidades para que os réus se justificassem quanto às transferências realizadas em benefício de Alexsandro Broedel.

O alerta para a fraude surgiu de uma informação recebida por um representante da instituição, que levou à investigação interna. No entanto, o banco afirmou que as justificativas apresentadas pelos réus nunca foram suficientes para comprovar a legitimidade das transações.

A ação também revela que Broedel nunca informou ao Itaú sobre sua sociedade com Eliseu Martins, o que viola o código de ética da instituição, que proíbe contratos entre o banco e sócios de seus executivos.

O Itaú argumenta que o “estratagema” utilizado para repassar valores a Broedel deixa claro que os demais envolvidos agiram de forma deliberada na fraude.

Embora Broedel tenha recebido R$ 4,860 milhões, o banco está buscando um ressarcimento de R$ 3,350 milhões, já que parte das operações prescreveu.

Além disso, o Itaú sugere que a conduta de Broedel pode ter sido motivada por dificuldades financeiras, já que ele enfrentava uma situação incompatível com seu cargo.

Segundo a investigação, Broedel e sua consultoria figuram como réus em várias ações de execução de títulos extrajudiciais, com valores expressivos, incluindo processos de R$ 610,3 mil movido pelo Bradesco, R$ 272,1 mil pelo Safra e R$ 52,8 mil pela Prefeitura de São Paulo.

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