Moradores do Linhares temem deslizamento de terra em escola

escola aurea bicalho Leonardo Costa

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Fundos da Escola Municipal Áurea Bicalho, no Bairro Linhares (Foto: Leonardo Costa)

Moradores do Bairro Linhares, na Zona Leste de Juiz de Fora, temem a possibilidade de deslizamento de terra nos fundos da Escola Municipal Áurea Bicalho. A moradora Ariany Lourenço, que reside no bairro há 14 anos, relatou à Tribuna que, em 28 de dezembro do ano passado, foi convidada pela vice-diretora da escola para acompanhar uma vistoria realizada pela Defesa Civil no local. Segundo ela, o chamado se deu tanto pela preocupação com a segurança da escola, quanto pela situação de sua residência, que fica na encosta do barranco. 

Na vistoria realizada pela Defesa Civil, foi constatado que a ocorrência se trata de uma “ameaça de escorregamento de talude”, caracterizada pelo deslocamento de solo, provavelmente causado pelas chuvas. O órgão também abriu um protocolo, detalhando as intervenções necessárias, como poda de parte da vegetação para melhor avaliar os riscos, obras de drenagem pluvial, contenção e estabilização do talude, e fiscalizações periódicas. Apesar das irregularidades identificadas, a Defesa Civil concluiu que não havia necessidade de interdição da escola, que segue liberada para funcionamento.

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Ariany relata que o profissional responsável pela vistoria orientou evitar circulação nos fundos de sua casa devido ao risco de deslizamento. Com o aumento das chuvas, a moradora, por conta própria, solicitou uma nova visita da Defesa Civil. No dia 3 de janeiro, a equipe retornou, dessa vez na casa da moradora, para avaliar especificamente as condições dos terrenos situados na encosta.

Na encosta abaixo da escola, há uma cinta de contenção que sustenta o barranco. Conforme Ariany, há alguns meses, a estrutura começou a ceder, formando uma espécie de “barriga” ao segurar a terra em deslocamento. Dias depois, a cinta rachou devido ao peso do solo acumulado. Durante a nova vistoria, a Defesa Civil reforçou a necessidade das obras já solicitadas na inspeção anterior e alertou, novamente, Ariany e os demais moradores a evitarem transitar nos cômodos próximos ao barranco.

PJF assegura funcionamento da escola, mas moradores temem retorno às aulas

A Tribuna demandou a Prefeitura de Juiz de Fora, que informou, por meio de nota, que “com base em visita técnica realizada pela Defesa Civil, a Escola Municipal Áurea Bicalho possui plenas condições de funcionamento.” Ainda de acordo com o comunicado, “o laudo emitido pelos engenheiros do órgão apontou apenas a necessidade de algumas intervenções, que já estão em andamento, tais como: montagem de contenção de rip-rap (muro com sacos cheios de areia, cimento, brita e saibro, utilizado para conter erosões), construção de uma calçada de concreto (para reduzir a penetração da água no solo), revisão nas caixas de esgoto e calafetação das juntas em piso.” O texto, afirma, ainda, que “o local é monitorado constantemente pela Defesa Civil”.

Embora a situação esteja, segundo os engenheiros responsáveis pela obra, sob controle, os moradores ainda temem um possível deslizamento. Essa preocupação se deve ao fato de que parte da vegetação do barranco não foi removida, conforme solicitado na vistoria de 28 de dezembro, e também pelos relatos de vizinhos que ouviram barulhos de possíveis cedimentos. Além disso, não foram realizadas intervenções nas encostas e obras de drenagem pluvial, medidas consideradas fundamentais, uma vez que a contenção rip-rap tem como principal objetivo a estabilização do talude. A reportagem esteve no local, entretanto, a PJF não autorizou imagens da obra.

Caroline Fortes, moradora da região e mãe de um aluno da Escola Municipal Áurea Bicalho, relata que os pais não receberam nenhum comunicado oficial sobre a situação da instituição. Preocupada, ela destaca que as aulas estão previstas para retornar na próxima segunda-feira (3), mas que ainda não se sente segura em deixar seu filho no local. “Com as chuvas, com a falta de transparência e a situação do barranco, as famílias ainda têm medo”, afirma.

*Estagiária sob supervisão da editora Gracielle Nocelli

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