Conheça Pedro Chediak e a festa SPEEDTEST, que acontece em Juiz de Fora nesta sexta

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‘Vai ser simbólico por ser último show antes da turnê. Uma volta da vitória’, afirma Chediak (Foto: @mayagmrs/Divulgação)

Funk, brega, forró, garage, drum’n’bass, house, jungle e várias outras sonoridades aceleram e se misturam nesta sexta-feira (31), a partir das 22h, no Clube Contra. A casa recebe a festa SPEEDTEST, uma das mais renomadas no cenário nacional de música eletrônica. Idealizada pelo DJ Pedro Chediak, esta é a última edição antes da turnê europeia que acontece ainda em 2025. Contando sempre com diferentes DJs que se destacam no underground, o evento terá presença, além do idealizador e das DJs Akai e Jacquelone (ambas do Rio de Janeiro), dos juiz-foranos Crraudio, Amanda Fie, Julio e Hrkn. Os ingressos estão disponíveis no Sympla. 

Acelerando

O nome SPEEDTEST surgiu em um sonho. Ele estava em uma rave, em um galpão, quando viu o nome brilhando, gigantesco. O que foi fruto de seu onírico, estará presente no Reino Unido, Portugal, Espanha, Alemanha, França, Suíça, entre fevereiro e março deste ano. Antes da viagem, entretanto, Chediak irá, pela primeira vez, apresentar sua festa em Juiz de Fora, cidade que, entre idas e vindas, chama de casa. 

Pedro nasceu na Zona Leste de São Paulo e se mudou para Juiz de Fora ainda adolescente, por motivos familiares. De lá, trouxe influências que o marcaram profundamente: funks do Mc Daleste, o drum’n’bass que ouviu pela primeira vez, as edições de vídeo que seu pai fazia, as apresentações de sua mãe como cantora em batismos de capoeira e as desigualdades e injustiças sociais da metrópole. Ele foi à Juiz de Fora pela primeira vez durante a adolescência, passando boa parte dessa sua fase da vida no município onde, depois, começou a experimentar com seu fazer artístico.  

“Tive acesso a um computador muito novo. Meu pai tinha uma loja em São Paulo de artigos de capoeira. Ele ia aos eventos, gravava, editava e colocava para vender esses vídeos que produzia. Vi desde muito cedo isso de manipular áudio e vídeo. Quando vim para Juiz de Fora, muito por questão de depressão, bullying e essas coisas que a gente acaba passando, precisava de algo para colocar na minha cabeça, ter meu lugar no mundo. Isso me veio de várias formas diferentes. Tive a sorte de ter meu pai abrindo esse espaço para experimentar criativamente”, afirma. 

Quando não estava no colégio, passava suas horas editando. “Subiu de nível” – como ele mesmo descreve – muito rápido, e acabou trabalhando junto com um youtuber grande do início dos anos 2010, o BRKsEDU. Organizada sua vida financeiramente, partiu da cidade. 

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(Foto: João Medeiros/Divulgação)

SPEEDTEST: começo

Na época, de volta a São Paulo, Pedro já tinha um canal no Youtube e começou a fazer algumas experimentações com montagens de música. Pegava bases de artistas internacionais, como Skrillex e Avicii, e colocava vocais de Mc Carol de Niteroi. “Fazia tudo isso sem pensar que produzia música, era tudo montagem, um meme, uma manipulação que, por mais que nova, não encarava como uma criação musical”, afirma. 

Foi neste período que conheceu o produtor musical Maffalda (hoje, um dos produtores de maior destaque no pop nacional). Foi ele quem o incentivou a entender seu processo como sendo musical. Fundou um coletivo multidisciplinar, chamado “Lost Boys”, e cada vez mais foi criando contatos e experimentando. Neste meio tempo, percebeu que não queria mais trabalhar com edição.

“O vídeo em si não me deixava mais satisfeito ao ponto de sentir que estava me expressando. Tinha virado algo mecânico. Queria algo que tivesse um teto muito grande de aprendizado e que poderia usar para me expressar pelo resto da vida. No vídeo, você precisa de algo para estar mostrando, e, às vezes, quero mostrar algo que está na minha mente. Acho que a música é a forma mais rápida que tenho de traduzir isso. Se estou me sentindo de qualquer forma é só abrir o computador, escolho os instrumentos que quero usar e passo essa mensagem. Ainda gosto muito de vídeo, mas com a música clicou.”

Conheceu, por essa época, o produtor Diogo Queiroz, essencial para fazer com que a SPEEDTEST existisse. Após sair do coletivo que fundara, foi junto de Diogo que organizou a primeira festa. Aí entra o sonho: “Ia ser só um selo, mas na metade do processo tive um sonho, que estava numa rave com uns amigos. Coloquei no stories e uma galera apoiou a ideia de tentar fazer acontecer. Uma das pessoas foi o Diogo. Fazemos aniversário quase juntos. Aproveitamos para organizar a primeira SPEEDTEST e pensamos ‘se der certo, vemos o que fazer depois’”.

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(Foto: Divulgação)

Volta da vitória

De volta à Juiz de Fora desde 2020, Chediak entende que a cidade é fundamental para seu processo de criação. “Gosto muito da cidade. Aqui existe uma rotina mais tranquila, além de várias opções de entretenimento e cultura. É uma cidade que me possibilitou desenvolver uma criatividade. Ela me deu muito espaço para ser eu mesmo. É um lance meio ying-yang. Preciso da minha vida tranquila para ter, no lado artístico, esse lado mais explosivo, de criar uma experiência para as pessoas. Pensamos para que seja frenética a festa. E o momento de pensar isso é quando estou em paz.”

Além disso, diz estar muito animado e curioso para saber “quais músicas vão deixar o pessoal mais animado”. E acrescenta, questionando: “Qual vai ser o clímax? Como será para as DJs de fora?  Mas uma das coisas que estou mais animado é voltar para casa depois do evento, sem precisar ônibus ou avião (risadas). Vai ser simbólico por ser último show antes da turnê. Uma volta da vitória”.

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*Estagiário sob supervisão da editora Cecília Itaborahy.

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