Boom Supersonic XB-1 é o primeiro avião civil a quebrar a barreira do som

O Boom Supersonic XB-1 entrou para a história ao se tornar o primeiro avião civil a quebrar a barreira do som. O feito foi alcançado durante o 12º voo de teste do protótipo, que atingiu Mach 1.1 e manteve a velocidade supersônica por cerca de quatro minutos no céu do deserto de Mojave, na Califórnia.

O voo supersônico ocorreu oito anos após a Boom Supersonic apresentar o XB-1 ao mundo. Conhecido como “Baby Boom”, o modelo é uma versão reduzida — aproximadamente em um terço do tamanho — do avião de passageiros Overture, projetado para acomodar 64 pessoas e ser o próximo passo da empresa na aviação comercial.

O piloto de teste Tristan Brandenburg foi o responsável por conduzir o XB-1 à marca histórica. Durante o voo, Brandenburg quebrou a barreira do som três vezes antes de retornar em segurança ao Porto Espacial e Aeroespacial de Mojave, pouco antes do meio-dia.

Blake Scholl, CEO da Boom Supersonic, comemorou o marco em uma publicação na rede social X (antigo Twitter). Ele comparou o momento ao “Falcon 1” da SpaceX, referindo-se ao primeiro foguete da empresa de Elon Musk que alcançou a órbita em 2008. Segundo Scholl, esse é um passo crucial para o desenvolvimento do Overture e a retomada da aviação comercial supersônica.

“Este é o momento Falcon 1 da aviação supersônica”, afirmou Scholl. “O voo supersônico do XB-1 marca a primeira vez que um jato supersônico surge de algo que não seja um governo nacional.”

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Supersônicos para o futuro da aviação comercial

O Concorde, último avião supersônico comercial, foi aposentado em 2003, encerrando uma era de viagens mais rápidas que o som. Desde então, iniciativas privadas tentam retomar essa tecnologia, mas com desafios significativos, especialmente os custos de desenvolvimento e a sustentabilidade financeira.

Empresas como American Airlines e Japan Airlines já demonstraram interesse no Overture, com encomendas colocadas para o modelo. Contudo, a Boom Supersonic ainda precisa superar importantes marcos, como o primeiro teste do motor do Overture, planejado para ocorrer ainda este ano.

Apesar de ser a única startup focada exclusivamente em aviação comercial supersônica, a Boom também realiza parcerias com a Força Aérea dos Estados Unidos. No entanto, Scholl reiterou que o objetivo principal da empresa é revolucionar o transporte de passageiros, promovendo maior conectividade cultural e inovação na aviação comercial.

“Precisamos de mais empresas como a Boom. Precisamos de mais ideias ousadas que desafiem os limites da aviação,” destacou o CEO.

Desafios e o renascimento da aviação supersônica

Enquanto várias startups se dedicam ao desenvolvimento de tecnologia supersônica voltada para a defesa, poucas têm como foco o setor comercial. A Exosonic, uma das únicas concorrentes da Boom, encerrou suas operações em 2023. Esse cenário torna o trabalho da Boom solitário, mas também evidencia seu pioneirismo.

Para Scholl, o avanço na aviação supersônica é mais do que uma questão tecnológica; trata-se de liderar o futuro e gerar impactos sociais e econômicos positivos. “Isso é sobre empregos americanos, liderança na aviação e melhorar a conectividade humana em todo o mundo”, ressaltou.

Com o sucesso do XB-1, a Boom Supersonic dá um passo importante para tornar o Overture uma realidade. Um segundo voo supersônico do protótipo está previsto para as próximas semanas, reforçando o compromisso da startup em alcançar o próximo nível na aviação comercial.

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Via: techcrunch