DeepSeek: a IA chinesa que desafia gigantes como OpenAI e Google

A DeepSeek, uma startup chinesa de inteligência artificial (IA), vem chamando atenção globalmente por desafiar gigantes como OpenAI e Google. Com desempenho comparável às maiores empresas do setor, a DeepSeek alcança resultados impressionantes utilizando uma fração dos recursos normalmente necessários.

Logo após o Natal, a DeepSeek anunciou seu sistema de IA mais avançado até o momento, o DeepSeek-V3, apresentando habilidades que rivalizam com as dos modelos mais sofisticados da OpenAI e do Google. A equipe por trás do projeto revelou que treinou o modelo utilizando apenas cerca de 2.000 chips especializados, muito abaixo dos 16.000 chips comumente usados pelas líderes do mercado.

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Eficiência como vantagem competitiva

O segredo da DeepSeek está na eficiência. Com um investimento de apenas US$ 6 milhões em poder de computação bruta, a startup alcançou um marco significativo: criar uma IA competitiva a um custo até 10 vezes menor do que o de empresas como a Meta. Essa abordagem foi impulsionada, em parte, pelas restrições dos Estados Unidos à venda de chips avançados para a China.

Os engenheiros da DeepSeek foram obrigados a explorar alternativas criativas, aproveitando ferramentas de código aberto disponíveis na internet. Essa inovação desafiou a ideia de que apenas gigantes do setor, com orçamentos milionários, poderiam desenvolver tecnologias de ponta em IA.

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“O número de empresas que têm US$ 6 milhões para gastar é muito maior do que o número de empresas que têm US$ 100 milhões ou US$ 1 bilhão para investir”, afirmou Chris V. Nicholson, investidor da Page One Ventures.

Impacto das restrições de chips

As limitações impostas pelos EUA no fornecimento de chips para a China resultaram em um cenário paradoxal: enquanto buscavam dificultar o avanço chinês, acabaram incentivando soluções inovadoras, como as adotadas pela DeepSeek. Jeffrey Ding, professor da Universidade George Washington, destacou que essas restrições forçaram os engenheiros chineses a “treinar modelos de forma mais eficiente para mantê-los competitivos”.

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No entanto, especialistas alertam para os possíveis riscos dessas políticas. Segundo Ion Stoica, professor da Universidade da Califórnia, o centro de gravidade do código aberto pode estar se deslocando para a China, o que poderia representar uma ameaça para os EUA no longo prazo.

Código aberto: a chave para o sucesso

A DeepSeek também tem se destacado por adotar uma abordagem de código aberto. O modelo DeepSeek-V3 teve seu código-fonte liberado, permitindo que empresas e desenvolvedores em todo o mundo criem suas próprias soluções baseadas na tecnologia da startup. Essa prática contrasta com as gigantes americanas, que, em muitos casos, mantêm suas tecnologias restritas.

Divulgação/DeepSeek

A prática de abrir o código-fonte, no entanto, tem gerado debates. Enquanto alguns argumentam que ela promove inovação e acessibilidade, outros temem que facilite a disseminação de desinformação e crie vulnerabilidades para a segurança cibernética.

Um mercado em transformação

A DeepSeek, administrada pela empresa High Flyer, não se concentra em produtos voltados ao consumidor, permitindo que sua equipe foque exclusivamente em pesquisa e desenvolvimento. Essa estratégia tem atraído talentos de diversas áreas, que contribuem para que o sistema da startup se destaque em tarefas como criação de poesias e resolução de problemas complexos.

Recentemente, a DeepSeek lançou um modelo impressionante de raciocínio, posicionando-se como um concorrente direto das tecnologias de ponta lançadas por empresas como OpenAI. Reuven Cohen, consultor de tecnologia, afirmou que o DeepSeek-V3 oferece um desempenho comparável aos sistemas das gigantes americanas, mas com um custo operacional significativamente mais baixo.

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Fonte: The New York Times

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