À la Homem-Aranha: Cientista desenvolve dispositivo capaz de lançar teia sintética

Um cientista da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, está testando disparadores de teia que lembram os utilizados pelo Homem-Aranha, fruto de uma descoberta acidental em laboratório. Marco Lo Presti, professor assistente de pesquisa em engenharia biomédica no Silklab, identificou o material enquanto trabalhava em adesivos subaquáticos, mas acabou criando um composto com propriedades únicas que possibilitam a formação de teias capazes de capturar objetos a distância.

Lo Presti e sua equipe começaram a pesquisa em 2020 com o objetivo de desenvolver um adesivo resistente à água, utilizando uma combinação de seda e dopamina. Esse material imitava a aderência de mexilhões em superfícies submersas, o que já havia se mostrado promissor em outras aplicações. Durante o processo de limpeza do material com acetona, o cientista notou que ele formava fibras sólidas, parecidas com teias.

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A descoberta chamou a atenção de Fiorenzo Omenetto, professor de engenharia e líder do Silklab. “Nem todo experimento é meticulosamente planejado. Às vezes, a ciência acontece em momentos de conexão e brincadeira. Quando vimos o material pela primeira vez, a ideia de algo no estilo Homem-Aranha logo surgiu, e isso nos motivou a explorar as possibilidades”, afirmou Omenetto.

Após concluir um estudo sobre adesivos subaquáticos em 2021, Lo Presti voltou sua atenção para o desenvolvimento do material que simula as teias de aranha. A equipe aprimorou o processo ao criar um sistema de injeção com uma agulha coaxial, onde o acetona acelera a solidificação do composto à base de seda e dopamina no ar. O resultado foi a criação de fibras aderentes e resistentes em questão de segundos.

Reprodução/YouTube

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Testes inspirados em heróis

A tecnologia despertou ainda mais curiosidade com seus primeiros testes. Os pesquisadores conseguiram capturar objetos pequenos, como um parafuso de aço inoxidável de 2 gramas e um bloco de madeira de 5 gramas, a uma distância de 12 centímetros. Posteriormente, eles adicionaram um biopolímero chamado quitosana, que aumentou a resistência do material em até 200 vezes, e um buffer de borato, que ampliou sua adesividade em 18 vezes.

Atualmente, as teias experimentais podem capturar objetos a uma distância de até 35 centímetros e levantar itens de até 20 gramas. Além disso, o material demonstrou bom desempenho em superfícies como papelão, madeira, plástico e metal. Durante testes em condições reais, as fibras foram usadas para recolher um tubo de plástico flutuando na água e até mesmo uma ferramenta parcialmente enterrada na areia.

Apesar dos avanços, os pesquisadores deixam claro que a tecnologia ainda está longe de permitir que humanos se balancem entre prédios, como faz o Homem-Aranha. Segundo Omenetto, a equipe está explorando usos mais práticos, como a recuperação de objetos perdidos debaixo d’água ou a captura de itens em ambientes remotos com o auxílio de drones.

Limites e potencial futuro

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Embora as teias artificiais apresentem características impressionantes, Lo Presti reconhece que ainda há desafios a serem superados. “A seda natural é extremamente forte e pode levantar pesos impressionantes, mas replicar isso em laboratório exige um controle preciso dos materiais e parâmetros”, explicou o cientista.

O projeto já atraiu a atenção de organizações externas. Após a publicação de um artigo sobre adesivos subaquáticos, uma organização sem fins lucrativos entrou em contato para avaliar o uso do material no rastreamento de tubarões. Lo Presti inicialmente rejeitou a ideia devido à rigidez do adesivo, mas passou a colaborar com o grupo em busca de soluções adaptadas para esse cenário.

O pesquisador acredita que o mesmo pode ocorrer com as teias artificiais. Ele destaca que as aplicações ainda estão em estágio inicial e que o aprimoramento do material pode abrir portas para usos inesperados e inovadores.

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Fonte: futurism

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