Todos precisam de todos

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Agora, nesta segunda reflexão de 2025, já a ponto de virar a folhinha para o próximo mês, olho para o cenário global e vejo uma tempestade que começou a se formar no norte (Foto: Freepik)

Na primeira coluna deste ano, o Globo de Ouro de Fernanda Torres tinha arrebatado nossos corações. Assim, não houve como evitar falar do significado dessa premiação para todos nós, que sonhamos com um país capaz de fazer as pazes com o passado. Essa reconciliação é essencial para que possamos construir um presente e um futuro dignos da grandeza da gente brasileira.

Agora, nesta segunda reflexão de 2025, já a ponto de virar a folhinha para o próximo mês, olho para o cenário global e vejo uma tempestade que começou a se formar no norte. A cerimônia de posse do novo, mas repetido, presidente do país do Tio Sam me trouxe inquietação. Toda a pompa e ostentação que marcaram o evento, além das novas medidas anunciadas, me fizeram pensar sobre como a ambição e o consumo desenfreado se tornaram símbolos daquela nação, que insiste em se colocar como modelo para o resto do mundo custe o que custar.

Nesse contexto, minha pergunta é a seguinte: o que aprendemos enquanto sociedade? Será que a busca por grandeza a qualquer preço nos afasta daquilo que realmente importa? Em meio a essa aflição, percebo que vivemos reféns de um ritmo frenético, superconectados e constantemente ocupados, esquecendo de valorizar a riqueza do que é simples.

E é justamente aqui que nossa reflexão se torna pessoal: ao contrário do que nos vendem, talvez o essencial não esteja nas promessas de grandiosidade, mas em momentos pequenos e significativos. Estamos tão imersos em demandas e compromissos que, muitas vezes, esquecemos de olhar ao redor e enxergar a riqueza da simplicidade.  Quem nunca sentiu a magia de um café passado na hora, compartilhado com alguém especial, ou de um pôr do sol no fim de um dia agitado? Esses gestos aparentemente ordinários nos convidam a desacelerar e a reconectar com a essência, o que talvez seja uma das formas de barrar as consequências da sede de poder e de todo o ímpeto de jogar o mundo numa catástrofe sem volta. Essa volta para nós mesmos pode nos ajudar em melhores escolhas futuras.   

Valorizar a simplicidade é como redescobrir o que realmente nos nutre. É desligar o celular para estar plenamente presente em uma conversa, é trocar o restaurante badalado e caro pelo aconchego de uma refeição caseira, é permitir a pausa necessária para ouvir as músicas preferidas ou sentir a brisa no rosto. São nesses instantes que a vida mostra sua beleza mais genuína, sem artifícios ou excessos.

Este é um convite para 2025, para que você desacelere e se reconecte. Experimente olhar ao seu redor com olhos atentos e um coração aberto para o simples. Assim, descobrir a riqueza que habita no ordinário, permitindo vivê-lo. Porque, no final das contas, é na simplicidade que encontramos o que há de mais fundamental. É preciso a transformação de nossa mentalidade a fim de atingirmos uma vida com mais dignidade humana e apreço por quem está ao nosso lado. Não dá para dizer por aí que “eles precisam mais de nós”. Isso é um engodo que querem nos fazer acreditar, mas a verdade é que, a fim de que a humanidade prevaleça, a despeito de qualquer desejo bilionário-megalomaníaco, todos precisam de todos.

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