Feijoada da Dona Irene: conheça a tradição passada de mãe para filho no restaurante Caminho da Roça

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Receita da feijoada foi criada por Dona Irene; hoje, seu filho mantém a tradição no Caminho da Roça (Foto: Felipe Couri)

Leonardo Bellini não sabe precisar quando a cozinha deixou de ser uma brincadeira para se tornar seu trabalho. De sua infância, algumas das memórias mais vívidas que tem são de ver sua mãe, Dona Irene, cozinhar. Onde ela ia, ele a acompanhava. Foi ela quem o ensinou a cozinhar e foi ela quem, anos depois, o ajudou nas primeiras aventuras, quando montou uma vendinha de chup-chup. Há 20 anos, mãe e filho criaram juntos o restaurante que, posteriormente, se juntou ao bar Caminho da Roça. 

Mas a feijoada e seus temperos vieram com ela. Segundo Leonardo, é uma receita dela. “É uma das mais antigas que fazemos no restaurante. O único prato que temos um dia específico para servir, é esse (aos sábados e, quinzenalmente, aos meios da semana). Ela tem seus segredinhos na mistura dos ingredientes.”

Quem “guarda o pergaminho” com os segredos dos temperos atualmente é Lucimar Dias Crisóstomo, cozinheira que está desde o início do empreendimento. Ela começou como assistente de cozinha de D. Irene. Acompanhou a junção do bar com o restaurante, antes um espaço separado. Seu filho, Leandro, também foi criado vendo sua mãe na cozinha. São das mãos dela que saem as delícias que atraem a vizinhança e até pessoas de outras cidades, como revela o dono do empreendimento: “Tem gente que sai de Matias Barbosa para comer a feijoada”.

Hoje, Leonardo vê seu negócio que começou primeiro com uma lanchonete, se transformou – em uma semana – em bar, e depois em restaurante, como consolidado na cidade. “Tenho a felicidade em estar hoje estável, seguro, com tudo certinho. Hoje a minha vida e a do Caminho da Roça são a mesma coisa. Foi que nem bola de neve. O restaurante ganhou vida própria.”

Foram várias fases. A de criança acompanhando o que via na cozinha, a de jovem empreendedor com um bar, a junção dos negócios, os clientes e a vizinhança crescendo e mudando e, para os próximos passos, revela querer seguir honrando a tradição familiar do restaurante e a memória de sua mãe. “Agora estou com vontade de reabrir onde minha mãe morava. Ela morreu tem 4 anos. Quero vender planta, junto com culinária e moda, que é o que ela fazia. Vou encaixar isso tudo lá.” E ao que tudo indica, a feijoada seguirá atraindo clientes novos e, claro, os antigos.

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Lucimar Dias Crisóstomo é quem guarda os segredos deixados por Dona Irene para o preparo da feijoada (Foto: Felipe Couri)

Feijoada do Caminho da Roça

Ingredientes 

Proporção de 1 kg de feijão

  • 1 kg de feijão preto
  • 300 g de carne seca
  • 1 kg de chispe (pé, o rabo e a orelha de porco)
  • 500 g de linguiça
  • 500 g de linguiça calabresa
  • 1 kg de pernil
  • 12 cebolas pirulito
  • Alho, sal e cebola para o tempero 

Modo de preparo 

A feijoada é uma mistura. Antes de juntar todos os elementos, faça-os separadamente. Um dia antes, faça os processos de dessalgamento. Fervente a carne seca. Troque a água quantas vezes forem necessárias, até não ficar muito salgada e guarde-a. Faça isso com os chispes (que são o pé, o rabo e a orelha de porco) e os limpe. 

Feito todo esse processo com as carnes, no dia seguinte, coloque os chispes na panela e vá dourando as cebolas. Nesse meio tempo, faça o feijão. Quando pegar caldo, coe em cima do pé de porco e demais chispes para que peguem cor. A carne seca também deve ser fervida. Retire o excesso de sal e cozinhe. Não jogue seu caldo fora. Caso queira fazer outras carnes (como pernil e costelinha, por exemplo), o processo é o mesmo de refogamento à parte. Fatie, pique e frite a linguiça, em seguida a reserve-a. Faça o mesmo com a calabresa/paio. 

A cebola é o diferencial. Use a pirulito. Descasque, lave e, quando a feijoada estiver quase pronta, jogue nela. Dessa forma, ela irá absorvendo e dando sabor. Ela ficará ‘cozidinha’, com um sabor adocicado. 

Os temperos ficam por conta da cebola ralada e o caldo da carne seca do dia anterior, que é o que dá o sal da feijoada. Depois de tudo pronto, é hora de ir colocando dentro do feijão os tropeços (outro nome para os chispes). Vá colocando os ingredientes, sendo por último a cebola, e deixe ferver. Depois disso, está pronta.

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*Estagiário sob supervisão da editora Cecília Itaborahy.

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