Golpes no WhatsApp: saiba como evitar o vazamento de dados

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Nem só de trocas de imagens de bom dia e figurinhas divertidas vivem os usuários do WhatsApp. Fraudes e tentativas de golpes para roubar dados e dinheiro, infelizmente, também fazem parte da rotina dos brasileiros. 

O WhatsApp, aplicativo de troca de mensagens da Meta, empresa fundada pelo norte-americano Mark Zuckerberg, é um dos mais usados no Brasil. Por isso, também é o maior alvo para a prática de golpes financeiros.

Provavelmente, você já foi vítima ou conhece alguém que sofreu com algum golpe pelo aplicativo. Um dos mais conhecidos é aquele em que os criminosos criam uma conta falsa usando dados e fotos de uma pessoa para pedir dinheiro a pessoas próximas. Muitos amigos e familiares desavisados acabam  fazendo transferências via PIX, pagando boletos ou clicando em links indevidos.

O especialista em Segurança da Informação e consultor da EximiaCo, Wendel Siota, explica que “pela natureza do próprio aplicativo, que tem como objetivo a troca de mensagens e a comunicação, a maioria dos golpes envolve engenharia social: de posse de algumas informações prévias, o atacante vai abordar uma vítima por meio do WhatsApp, montando toda uma narrativa para obter informações de valor”.

Outro golpe comum é a clonagem do WhatsApp: o usuário perde acesso a sua conta, e os hackers conseguem usá-la para conseguir dados e dinheiro de uma ou mais vítimas. Wendel conta que, nesses casos, a clonagem pode ser feita por insiders, agentes criminosos que estão dentro das operadoras de telefonia. A clonagem também pode ser feita no momento de trocar o número associado à conta do usuário. “Para isso, eles precisam confirmar algumas informações”, explica. “Se essas informações forem dedutíveis, de conhecimento público, publicadas em algum lugar ou repassadas para um terceiro por meio de alguma narrativa de engenharia social, é possível que o Whatsapp seja clonado”, diz.

Segundo o especialista, em casos de vazamentos de dados que resultaram em golpes financeiros, o usuário pode mover um processo jurídico para responsabilizar tanto a operadora, quanto a Meta. Para isso, deve comprovar que os serviços falharam. “A operadora de telefonia pode ser processada se houve falha da parte dela ou negligência durante a clonagem do número. Quanto ao WhatsApp e a Meta, as bases legais no Brasil nos ampara em três pontos: falta de segurança adequada, se for entendido que a empresa não adotou medidas preventivas suficientes, falta de suporte e vazamento de dados ou desrespeito à privacidade do usuário”.

De acordo com a advogada da área de direito cível, trabalhista e do consumidor, Isabela Lobo Monteiro de Castro, as plataformas de mensagens e redes sociais têm o controle dos dados pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e com isso, são responsáveis pela segurança e pelo sigilo das informações dos usuários. “O vazamento de dados tem sido objeto de diversas demandas judiciais. Existem decisões favoráveis aos usuários que tiveram seus dados vazados, tendo as empresas sido condenadas ao pagamento de danos morais e materiais, principalmente quando há o vazamento de dados pessoais sensíveis”, informa.

No entanto, a advogada alerta que nem todos os casos geram danos morais. “O cidadão tem que provar que houve dano moral a partir da exposição de seus dados. Se o dano for provado, haverá a responsabilização dos responsáveis pelo vazamento.”

Como evitar cair nesses golpes?

Enquanto bate papo e compartilha os memes do dia, o usuário pode implementar ações para preservar a sua segurança. O WhatsApp oferece recursos que podem ajudar, mas é preciso que sejam ativados nas configurações do aplicativo, como o backup criptografado de mensagens, a autenticação de dois fatores, a permissão da visibilidade da foto de perfil apenas para contatos salvos e confiáveis e o bloqueio por impressão digital ou facial.

“Inevitavelmente, a melhor proteção para esse tipo de coisa é discernimento e informação. Nem tudo que recebemos, seja por WhatsApp ou por mídia social, é verdade, então precisamos ter a checagem dos fatos e o discernimento do que é verdade ou não. Ninguém vai te dar um iPhone 19 do nada, ninguém vai te oferecer um emprego de R$50 mil em uma big tech sem que tu não tenha, ao menos, se candidatado a isso”, diz Wendel Siota.

A recomendação é que os usuários do WhatsApp, como das demais redes sociais, tenham cuidado com os dados que são compartilhados e evitem superexposição da vida privada, não só nestas plataformas, mas também em sites de vendas e de promoções. Além disso, caso o usuário seja a próxima vítima de um vazamento, deve avisar, imediatamente, aos familiares e amigos para que não caiam num possível golpe.

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