Materiais escolares têm queda de até 79% dos preços em Juiz de Fora

materiais escolares 2025

Muitas famílias ainda preferem ir às lojas físicas para explorar as prateleiras, escolher as canetas coloridas e os cadernos estampados para o novo ano letivo, mesmo com o aumento das compras por sites e aplicativos. Na terça-feira (21), sob o sol quente e com termômetros que marcavam mais de 30 graus em Juiz de Fora, mães, pais, crianças e adolescentes saíram pelas lojas e shoppings da cidade em busca de materiais escolares. A boa notícia é que os preços estão mais baratos este ano, conforme a a Pesquisa de Preço de Material Escolar 2025, realizada pela Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/JF).

O levantamento, realizado entre os dias 6 a 17 de janeiro com 35 estabelecimentos comerciais, foi divulgado na quinta-feira (23). Os resultados mostram que houve queda na média de preços de materiais escolares entre 2024 e 2025. Entre os 56 itens que tiveram os preços comparados, a caixa de giz de cera com seis cores teve a maior queda: 79,31%. O item com menor redução de preço foi o rolo de fita crepe (26,28%).

Ainda de acordo com a pesquisa, um número considerável de itens está a metade do preço, em comparação com o ano passado. Entre eles, o lápis preto hexagonal, o caderno espiral capa dura de 96 folhas, o corretivo líquido. 

Apesar dos valores mais baratos em comparação com o ano passado, ainda é aconselhável realizar pesquisa de preços entre os estabelecimentos, já que o levantamento do Procon/JF também observou variações de até 93% nos custos de um mesmo produto. É o caso da caneta marca-texto, vendida entre R$ 0,40 e R$ 1,74.  Já o lápis preto hexagonal apresenta preços que variam de R$ 0,20 a R$ 2,50, o que corresponde a uma diferença de 325. Já o grafite 0,5 mm é comercializado entre R$ 0,80 e R$ 7,50, uma variação de 89%.

O Procon/JF informa que irá realizar ações de fiscalização em estabelecimentos comerciais, principalmente entre aqueles que não responderam à pesquisa, até a sexta-feira, 31 de janeiro.

Demanda movimenta o comércio

Com fila para atendimento na entrada da loja, a Papelaria Anapel, localizada na Rua Marechal Deodoro, no Centro, tinha grande circulação de mães, pais e crianças em busca de materiais escolares. De livros a jogos infantis, as vendas tiveram aumento em relação aos meses anteriores, como o esperado, e foram necessárias 16 novas contratações para as áreas de atendimento e estoque.

O proprietário da loja, Rafael Fazza conta que, entre dezembro e janeiro, as vendas aumentaram, mas, em relação ao ano passado, estão estáveis. “A alta dos fornecedores foi pouca, conseguiram manter os preços, são os mesmos do ano passado praticamente, poucos itens tiveram reajuste”, diz. Ele conta que trabalhou durante o ano inteiro para comprar produtos mais baratos e conseguir manter os preços. “Se alguém chegar aqui, vê que a loja está lotada, e ainda tem que pagar caro, ninguém vai gostar. Minha margem de lucro é menor, por isso, consigo manter os preços mais baixos.”.

A atendente Emily Cristina, contratada há duas semanas, disse que, em média, os pais gastam entre R$300 e R$400 com uma lista completa. A conta final depende da quantidade de filhos que precisam de materiais escolares e da série que estarão cursando.

Kátia Souza e Graciano Oliveira, pais da Isabela Bruna, de 13 anos, contam que se planejaram para as compras. “Ano passado,gastamos R$ 100 reais e alguma coisinha, e esse ano, se não subir muito, vai ficar uns R$180. Normalmente, já deixamos o dinheiro reservado porque no início do ano vem todas as contas, aí já temos que ficar preparados”. Isabela, filha única do casal e estudante do 8° ano do ensino fundamental, disse que os itens que ela mais queria comprar eram as canetas coloridas.

 

materiais escolares anapel
Créditos: Felipe Couri

 

Subindo a rua, na Avenida Getúlio Vargas, encontra-se a Papelaria Mec, com as vitrines recheadas de produtos. O estabelecimento está na cidade a 140 anos, sendo neste endereço desde 2002. O ponto é estratégico: em um caminho de passagem para quem chega ao Centro ou espera pelos ônibus.

O proprietário da loja, Daniel Braga, é representante da quarta geração da família a cuidar dos negócios. Assim como Rafael, ele percebeu que, em relação ao mesmo período do ano passado, as vendas de itens escolares estão estáveis.  “Nós fizemos as compras antes dessa alta maior do dólar, então,conseguimos pegar um câmbio anterior. Tivemos uma variação de 10% em relação a 2024, e os pais vão encontrar de 5% a 10%.”

Quanto às listas do ensino público e privado, Daniel disse que há uma diferença gritante. “Na rede pública são mais econômicas, dão uma sugestão de material escolar que não é obrigatória, fica em R$100. Já na rede privada, varia de escola, mas as listas chegam a R$500”.

Vendedora da Papelaria Mec há nove anos, Juliana Venceslau de Souza, diz que, por mais que as vendas na loja estejam aquecidas, “tem muito cliente que vem diretamente com a foto do produto na internet procurando aqui na loja.” Como isso afeta as suas vendas, a papelaria se esforça para que os produtos mais procurados sejam encontrados. “O que chegou pra gente agora é o marca-texto em fita, tipo o corretivo. O pessoal só tava achando na internet e, agora, a gente começou a vender”.

 

materiais escolares mec
Créditos: Felipe Couri

 

Na Livraria Leitura, no Independência Shopping, localizada no Bairro Cascatinha, Cidade Alta, a coordenadora Ana Luisa Maciel também notou estabilidade nos preços, mas acredita que, após a volta às aulas, os valores, provavelmente, irão aumentar. A loja mudou de endereço no ano passado, deixando o Centro da cidade. Apesar do medo de perder o público, Ana Luisa conta que, com as mudanças, a equipe “duplicou o faturamento e o tíquete médio aumentou, porque o shopping também é movimentado”.

Sobre a venda de livros, a coordenadora contou que sempre tem em estoque as obras de literatura mais usadas pelas escolas, mas que perderam a demanda dos didáticos, visto que agora as editoras repassam diretamente para as instituições.

Apesar de perder vendas para sites, aplicativos e outras lojas que conseguem comprar mais estoques de produtos, o vendedor Giovanne Zapula, conta que o tíquete médio de vendas de materiais escolares tem ficado em torno de R$500 a R$1.200.

Entre os nichos recheados de canetas coloridas da Leitura, estavam cinco adolescentes fazendo compras juntas: Ester Arantes, 14, Julia Fernandes, 13, Lorena Santos, 14, Ana Júlia Scheffer, 13, e Ana Sofia Moreira, 13. As meninas, estudantes de escolas privadas, são amigas das aulas de vôlei e estavam “dando uma olhadinha” nos produtos da papelaria. Juntas, em coro, contaram que na hora de montar o material escolar não pode faltar o caderno inteligente, as canetas coloridas, as canetas marca-texto e as canetas pretas.

Os materiais escolares mais desejados do ano

Nas três lojas, os atendentes nos contaram que, este ano, a maioria das crianças procura  por um personagem especial: “tudo do Stitch!”. Mochilas, lancheiras, cadernos e estojos do personagem da franquia Lilo & Stitch, da Disney, são os produtos licenciados mais desejados. A grande procura deve-se à proximidade do lançamento  do filme live action, com computação gráfica, atores e atrizes reais.

Também há procura por produtos dos personagens Sonic, Harry Potter, Rebecca Bonbon e do jogo Roblox, mas como disse Emily Cristina, atendente da Anapel: “o centro das crianças é o Stitch! Às vezes, as mães ficam meio duras, mas é tudo Stitch”.

Já entre os adolescentes, há, pelo menos, quatro anos, o caderno inteligente tem sido um dos itens mais procurados nas papelarias. Com preços que variam entre R$89 e R$50, eleparece um fichário escolar, mas se difere pelo seu estilo e pelos seus discos removíveis.

 

personagem do ano material escolar
Créditos: Felipe Couri

 

Comércio de materiais escolares terá horário estendido

Em 2025, as lojas de materiais escolares, papelarias e livrarias também terão funcionamento em horário especial: de segunda à sexta-feira das 8h30 às 20h e nos sábados das 8h30 às 16h, até o dia 14 de fevereiro O acordo foi feito entre o Sindicato do Comércio de Juiz de Fora e o Sindicato dos Empregados no Comércio de Juiz de Fora.

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