Amazon encerra operações em Quebec, afetando 1.900 trabalhadores

A Amazon (NASDAQ:AMZN), gigante global do comércio eletrônico, anunciou o fechamento de todas as suas sete unidades na província de Quebec, Canadá. A medida afetará cerca de 1.900 trabalhadores, entre efetivos e temporários, e ocorre menos de um ano após a sindicalização de funcionários em uma instalação localizada na cidade de Laval, próxima a Montreal.

A decisão pegou de surpresa empregados e autoridades locais, especialmente devido à curta existência do primeiro sindicato da Amazon no Canadá. A empresa, que também é negociada na B3 por meio de BDRs (BOV:AMZO34), justificou o encerramento das operações com a intenção de retornar ao modelo de entregas terceirizadas, firmando parcerias com pequenas empresas locais. Uma das principais contratadas para assumir a logística na região será a Intelcom Courrier Canada Inc., sediada em Montreal.

Repercussão sindical

A decisão gerou forte reação da Federation of National Trade Unions (FNTU), que representa os trabalhadores sindicalizados. A entidade alega que o fechamento das unidades é uma manobra para enfraquecer a organização dos trabalhadores, já que Quebec abriga a única unidade da Amazon no Canadá com vínculo sindical formal.

O sindicato estava em fase de negociação para estabelecer o primeiro acordo coletivo, visando melhorias salariais e melhores condições de trabalho. Representantes da FNTU destacaram que pretendem buscar medidas legais contra a decisão, alegando que ela contraria o Código Trabalhista de Quebec.

A Amazon, por sua vez, negou qualquer relação entre o fechamento das unidades e os esforços de sindicalização. A empresa afirmou que continuará operando normalmente em outras regiões do Canadá e ofereceu pacotes de transição aos colaboradores afetados, incluindo até 14 semanas de pagamento após o desligamento e suporte para recolocação profissional.

Apesar disso, o clima de incerteza persiste, especialmente entre os 300 trabalhadores diretamente envolvidos nas negociações sindicais. O ministro da Indústria do Canadá, Francois-Philippe Champagne, declarou publicamente sua frustração com a decisão e prometeu acompanhar de perto a situação para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados.

A empresa

Fundada em 1994 por Jeff Bezos em Seattle, Estados Unidos, a Amazon começou como uma livraria on-line, mas rapidamente expandiu suas operações para se tornar a maior varejista de comércio eletrônico do mundo. Com um portfólio que inclui eletrônicos, roupas, alimentos e serviços de streaming, a empresa se consolidou como um ícone da transformação digital.

Além de seu marketplace global, a Amazon possui divisões estratégicas como o Amazon Web Services (AWS), um dos maiores provedores de serviços em nuvem do mundo, e dispositivos como o Kindle e a Alexa. A empresa opera em mais de 20 países e emprega centenas de milhares de pessoas globalmente, sendo conhecida tanto por sua eficiência logística quanto por enfrentar desafios relacionados às condições de trabalho e organização sindical.

No Brasil, a Amazon oferece seus serviços por meio de operações locais e é negociada na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) por meio das BDRs (Brazilian Depositary Receipts), com o código AMZO34. A empresa segue como uma das maiores forças no varejo global, mas enfrenta críticas recorrentes por sua postura em relação aos direitos trabalhistas.

(Com Agências Internacionais).

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