Teste de honestidade feito em 40 países mostra Brasil em posição desfavorável

Um estudo inovador revela que o comportamento dos cidadãos ao encontrar uma carteira perdida pode indicar os níveis de confiança social e o potencial econômico de um país. No Brasil, o resultado não é promissor, apontando para desafios mais profundos.

Realizado por quatro pesquisadores de universidades americanas e suíças, o estudo foi conduzido em 355 cidades de 40 países, incluindo o Brasil.

No país canarinho, o experimento ocorreu em oito cidades: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Os resultados indicam que o Brasil está abaixo de diversos países no ranking global de honestidade, encontrando-se na metade inferior entre as nações analisadas.

Este cenário é um reflexo de questões que vão além da economia, afetando a confiança mútua entre os cidadãos brasileiros.

Experimento das carteiras perdidas

O método envolveu a “perda” intencional de carteiras, algumas contendo dinheiro e outras não, para observar a reação das pessoas. Entre aquelas com dinheiro, 51% foram devolvidas globalmente, enquanto 40% das sem dinheiro tiveram o mesmo destino.

Países como Dinamarca e Suécia lideraram nos índices de retorno, demonstrando forte honestidade cívica. No entanto, nações como Peru e Quênia ficaram nas últimas posições do ranking.

O Brasil, com menos da metade das carteiras sem dinheiro devolvidas, ficou em 26º lugar, e em 24º para as com dinheiro.

Causas possíveis e implicações

Os resultados sugerem uma correlação entre a devolução de carteiras e fatores como renda per capita e tradição cultural. Países com menor prevalência de doenças transmissíveis e altos níveis de educação básica tendem a devolver mais carteiras.

Ademais, a pesquisa indica que climas frios e distâncias maiores do Equador favorecem retornos maiores.

Além das causas geográficas e culturais, níveis de confiança mútua e capital social, medidos por estudos como a World Values Survey, também destacam a tendência de devolução de carteiras como um indicador relevante.

O estudo mostra, por fim, que a honestidade cívica está vinculada ao desempenho econômico e institucional. No Brasil, a falta dela reflete desafios maiores, como problemas políticos, econômicos e sociais entre os cidadãos.

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