Como investir em petróleo na bolsa brasileira?

O petróleo fechou o ano de 2024 como o principal produto entre as exportações brasileiras, tomando o lugar da soja. As vendas de óleo bruto de petróleo ou de minerais alcançaram US$ 44,8 bilhões, o que representou 13,3% do total de exportações.

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Os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços reforçam o quanto a commodity é importante para o mercado brasileiro. E, os investidores que quiserem podem investir no setor pela bolsa.

Como investir em petróleo pela bolsa

Ações

Uma das opções mais conhecidas de se investir no setor de petróleo é por meio de ações de empresas que trabalham com a commodity, seja na exploração, produção ou distribuição.

A bolsa brasileira tem opções tanto nacionais, como internacionais (BDRs), de companhias listadas que compõem o setor, como:

• Petrobras (PETR3 e PETR4);
• PetroRio (PRIO3)
• 3R Petroleum (RRRP3)
• Exxon Mobil (EXXO34)
• Chevron (CHVX34)
• BP PLC (B1PP34)

Como todo investimento, investir em ações tem seus riscos e benefícios, como destaca Marcos Piellusch, professor da FIA Business School.

Benefícios: Possibilidade de ganhos com a valorização das ações e recebimento de dividendos.

Riscos: Vulnerabilidade às oscilações do preço do petróleo, que afetam as cotações das empresas do setor, além de riscos específicos de cada companhia, como gestão e endividamento.

ETFs

Outro meio indireto de investir em petróleo na bolsa é através dos ETFs. Existem fundos que replicam o desempenho de um índice relacionado ao setor de energia ou petróleo.

Como exemplo, temos o iShares U.S. Energy ETF (BIYE39), BDR de ETF que está atrelado ao Dow Jones U.S Oil & Gas index, índice que tem como o objetivo medir a performance de empresas do setor de Petróleo & Gás listadas no mercado dos EUA.

Benefícios: Diversificação do investimento, reduzindo riscos específicos de uma única empresa.

Riscos: Ainda sujeitos à volatilidade do setor de energia e às flutuações do preço do petróleo.

Fundos de Investimento

Além dos fundos de índices, Piellusch cita que alguns fundos mútuos possuem exposição ao setor de petróleo, seja através de ações de empresas petrolíferas ou contratos futuros.

Contudo, o professor destaca que os benefícios de gestão profissional e diversificação, e os riscos como taxas de administração e possível menor liquidez, devem ser avaliados.

Contratos Futuros de Petróleo

Para investir de forma mais direta em petróleo, o investidor tem como alternativa os contratos futuros. Através deles é possível negociar o preço futuro da commodity, mas o ativo é mais adequados para investidores experientes, devido à sua complexidade e alavancagem envolvida.

Por isso, o professor da FIA, aponta como benefícios o potencial de altos retornos em curto prazo devido à alavancagem, mas também o risco elevado de perdas significativas, já que esse tipo de investimento requer conhecimento aprofundado e monitoramento constante.

O que influencia o preço do petróleo

Diversos fatores influenciam o preço do petróleo, segundo Marcos Piellusch, como:

Oferta e Demanda: A produção global e o consumo afetam diretamente os preços.
Decisões da OPEP+: Ajustes na produção pelos países membros podem elevar ou reduzir os preços.
Conflitos Geopolíticos: Tensões em regiões produtoras podem interromper a oferta, impactando os preços.
Políticas Energéticas: Iniciativas de transição para energias renováveis e regulamentações ambientais influenciam a demanda por petróleo.
Condições Econômicas Globais: Crescimento ou recessão econômica afetam o consumo de energia.
“Investidores devem considerar esses fatores ao avaliar oportunidades no mercado de petróleo, mantendo-se atualizados sobre eventos globais e tendências econômicas que possam impactar a commodity”, ressalta ele.

Cenário e perspectiva para o petróleo

Em janeiro de 2025, o preço do petróleo Brent está em torno de US$ 74 por barril, enquanto o WTI está próximo de US$ 70 por barril. Esses são os dois principais contratos da commodity no mercado.

“O mercado tem apresentado relativa estabilidade, com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) mantendo suas projeções de um consumo de 105,2 milhões de barris diários”, destaca o professor.

Já para 2025, ele afirma que as projeções indicam um equilíbrio entre oferta e demanda. “O Departamento de Energia dos EUA prevê que o preço médio do Brent será de US$ 74 por barril, enquanto o WTI deverá ficar em torno de US$ 70 por barril. Assim como a OPEP também mantém suas previsões de crescimento da demanda global, sugerindo um mercado relativamente estável para o ano”, completa.

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