Alvo de polêmica e fake news, Pix terá novidades em 2025; saiba o que vem por aí

O Pix, que já é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, passou por mudanças significativas no acumulado do ano de 2024, e em 2025 já tem datas marcadas para novas alterações.

+ Pix ganha novas regras de segurança a partir de hoje; veja o que muda

Recentemente o meio de pagamento foi alvo de diversas polêmicas. A primeira mudança deste ano, relativa à fiscalização – com monitoramento de pessoas físicas que transacionassem acima de R$ 5 mil mensais – durou somente cerca de 10 dias.

Após diversos rumores, notícias falsas e receio da população sobre um cerco fechando contra pequenos empresários e MEIs, a mudança foi revogada.

O governo decidiu recuar na atualização feita pela Receita Federal no sistema e-Financeira. O anúncio foi feito pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, em coletiva ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad – que havia citado que o Governo ensaiava tomar medidas judiciais contra quem espalhasse notícias falsas sobre o Pix.

“Nos últimos dias, pessoas inescrupulosas distorceram e manipularam um ato normativo da Receita Federal prejudicando muita gente no Brasil, milhões de pessoas, causando pânico, principalmente na população mais humilde, desacreditando injustamente um instrumento de pagamento muito importante no dia a dia das pessoas, apesar de todo o nosso trabalho com o apoio da imprensa”, disse Barreirinhas.

Além disso, no dia 1º de janeiro passou a vigorar uma restrição às instituições participantes. Agora, apenas instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central podem solicitar adesão ao Pix, com a autarquia visando aumentar a supervisão e garantir mais segurança nas transações financeiras.

Instituições com participação anterior a 1º de janeiro de 2025 terão 12 meses (até 31 de dezembro de 2025) para regularizar sua situação junto ao BC.

Dentre as mudanças que ainda entrarão em vigor, a que chegará em breve é o Pix por aproximação, que tem lançamento oficial previsto para o dia 28 de fevereiro. O meio de pagamento irá utilizar Near Field Communication (NFC) de smartphones ou smartwatches para concluir a transação.

Para o pagamento ocorrer, o aplicativo do banco ou instituição financeira deve estar atualizado e habilitado para o Pix por Aproximação, e o usuário também precisa ativar a funcionalidade no aplicativo e definir limites de valor para evitar transações acidentais.

Logo após a aproximação do dispositivo da maquininha, a transação será processada após validação de segurança – com o dispositivo podendo exigir uma senha ou reconhecimento facial, por exemplo.

A nova modalidade de pagamento via Pix deve aumentar a concorrência com cartões de crédito e também simplificar o uso por comerciantes que antes precisavam imprimir QR Codes ou usar aplicativos específicos.

Essa, como outras mudanças, deve diluir a concentração bancária, segundo o presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), Diego Perez.

“Nós enxergamos [as mudanças no Pix] com bons olhos. A grande maioria das fintechs já ofereciam o Pix, antes da normativa, e muitas delas já eram autorizadas. Agora o BC pesou a mão, pedindo agora uma autorização para todas, fazendo com que essas entidades sejam bem reguladas, mantendo para todo mundo o mesmo nível de governança”, comenta.

Apesar disso, cita que não deve ocorrer um aumento substancial na utilização do meio de pagamento, dado que ele já ocorreu uma adesão ampla.

“O Pix já é altamente utilizado, são aproximadamente 160 milhões de pessoas utilizando o Pix todos os dias, o que dá com folga 90% da população adulta. Já cresceu bastante e não tem tanto para onde crescer. Esses avanços eles têm como objetivo modernizar o sistema de pagamentos brasileiro, e também trazer novas possibilidades”.

Boleto por QRCode

Outra mudança que entrará em vigor em fevereiro – no dia 3 do mês em questão – será a implementação dos QRCodes em boletos, permitindo o pagamento instantâneo do documento financeiro.

Basicamente o novo modelo de boleto bancário incluirá um QR Code impresso diretamente no documento, que poderá ser utilizado como alternativa ao código de barras.

O modelo já é adotado por algumas companhias. Em São Paulo, os clientes da Enel podem pagar instantaneamente utilizando o QRCode que está presente nas faturas em questão.

Todavia, quem preferir ainda poderá utilizar o método tradicional, digitando o código de barras ou lendo o mesmo com a câmera do celular.

Como impactos, o Pix deve permitir que empresas tenham maior previsibilidade e controle sobre seu fluxo financeiro.

Para os consumidores, o QRCode torna o pagamento de boletos mais simples e também elimina a possibilidade de erros ao digitar manualmente o código de barras.

Pix automático

A mudança que talvez seja mais aguardada está prevista para o dia 16 de junho, possibilitando então a realização de pagamentos recorrentes via Pix, como contas de serviços públicos, mensalidades escolares, assinaturas de serviços e outras cobranças periódicas.

Vale lembrar que essa modalidade é diferente do Pix Agendado Recorrente, no qual o usuário programa manualmente pagamentos repetitivos, como uma transferência mensal, definindo datas e valores previamente no aplicativo do banco.

No caso do Pix Automático, seria como um débito automático, onde o pagador autoriza previamente que uma empresa ou pessoa realize cobranças em datas específicas.

Nessa modalidade, há a possibilidade de definir limites de valor, frequência de pagamentos e período de vigência da autorização.

Ainda assim, o usuário será notificado antes de cada débito, mantendo-o informado sobre as transações futuras, e também será possível revogar a autorização a qualquer momento, interrompendo pagamentos que seriam cobrados futuramente.

Inicialmente essa modalidade seria lançada em outubro de 2024, mas foi adiada pelo Banco Central.

Especialistas apontam que o Pix Automático deve substituir o débito automático tradicional – em que usuários autorizam que uma determinada conta ou transação seja feita recorrentemente em sua conta bancária.

Somado a isso, a automatização de pagamentos recorrentes deve contribuir para a redução da inadimplência, garantindo que contas sejam pagas sem demandar intervenção dos consumidores e correntistas.

Impacto no e-commerce

Essa gama de mudanças, somada à ampla adesão dos brasileiros, deve fazer com que o Pix seja o meio de pagamento mais utilizado no e-commerce até o ano de 2025.

É o que sugere um estudo do Ebanx de meados de setembro de 2024. A expectativa é de que o Pix deve responder por 44% do mercado de pagamentos online do Brasil até o final de 2025, enquanto os cartões de crédito devem ficar com uma fatia de 41%.

O post Alvo de polêmica e fake news, Pix terá novidades em 2025; saiba o que vem por aí apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.