Juiz de Fora tem compromisso urgente com prevenção climática

editorial

Eventos climáticos extremos têm chamado a atenção em todo o mundo. Só em Minas Gerais, desde o início do período chuvoso, em setembro de 2024, 25 pessoas morreram, e 58 municípios decretaram situação de emergência, conforme boletim divulgado pela Defesa Civil estadual na terça-feira (14).

Em Juiz de Fora, felizmente, as chuvas não causaram tragédias neste ano. A cidade, no entanto, permanece no radar de instituições de monitoramento de desastres, como o Cemaden. A matéria publicada na edição desta sexta-feira (17), escrita pela repórter Nayara Zanetti, destaca a fragilidade do relevo de Juiz de Fora, suscetível não apenas a deslizamentos de terra, mas também a episódios de risco hidrológico.

De acordo com o ranking divulgado pelo Cemaden, Juiz de Fora ocupa a quinta posição entre as cidades brasileiras com o maior número de deslizamentos ou inundações registrados em 2024. Foram dez casos de risco geológico, como deslizamentos de terra, e 12 episódios associados a risco hidrológico, como enxurradas e transbordamentos de rios e córregos, totalizando 22 notificações.

O primeiro colocado da lista é Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, com 44 notificações, o dobro dos casos registrados em Juiz de Fora. A cidade fluminense enfrentou, há três anos, uma das piores tragédias climáticas da história do país, com mais de 240 mortes.

Para minimizar os impactos das chuvas, a Prefeitura de Juiz de Fora tem apostado em obras de drenagem. O empréstimo milionário, contratado em 2023, prevê a aplicação de cerca de R$ 420 milhões para resolver problemas históricos de enchentes e alagamentos em bairros como Industrial, Santa Luzia, Mariano Procópio, Democrata e Linhares e na Rua Cesário Alvim.

Com o agravamento das mudanças climáticas, a tendência é que os episódios de chuvas intensas, deslizamentos e inundações se tornem ainda mais frequentes, afetando principalmente regiões urbanas vulneráveis. Por isso, ações preventivas, como as que vêm sendo adotadas em Juiz de Fora, devem ser uma prioridade da administração pública, tanto no âmbito executivo quanto no legislativo. Investir em infraestrutura não é apenas uma resposta emergencial, mas uma estratégia de longo prazo para adaptar as cidades às novas realidades climáticas.

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