Fundos imobiliários: veja maiores pagadores de dividendos e o que avaliar ao investir

O cenário macroeconômico impactou negativamente os fundos de investimentos imobiliários (FIIs) durante o ano de 2024. No ano, o Ifix, índice da bolsa de valores que acompanha os ativos do segmento, recuou 5,89%. Especialistas ouvidos pelo site IstoÉ Dinheiro afirmam que o futuro ainda promete bons rendimentos, porém o retorno pode ocorrer apenas no médio e longo prazo.

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Mesmo com a queda do valor dos ativos em 2024, diversos fundos entregaram um retorno de dois dígitos em dividendos. Levantamento da Elos Ayta aponta que todos os 20 fundos imobiliários com maior dividend yield pagaram proventos acima do CDI, que acumulou alta de 10,88% no período.

Fundos imobiliários que mais pagaram dividendos

FIIs do Ifix com maior dividend yield em 2024 (Crédito:Reprodução/Elos Ayta)

A tabela acima exibe ainda o “retorno total” dos FIIs, ou seja, a rentabilidade nos casos em que o valor dos dividendos foi reinvestido para aumentar a participação no ativo em questão. Muitos apresentaram perdas nestes casos, devido a queda no valor da cotas.

Analista de fundos imobiliários da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo destaca porém que o DY não pode ser considerado como único indicador de saudabilidade de um fundo. “Pelo fato do preço das cotas estarem consideravelmente depreciadas e a renda se manteve em patamar razoável, o dividend se posiciona como a como elevado”, diz. “Isso não significa que os dividendos estão crescendo ou que eles possuem uma uma projeção saudável pro longo prazo.”

Sobre um segmento de destaque no ano, Araújo menciona o setor de crédito imobiliário, os chamados “FIIs de papel”, que, ao invés de ter na carteira imóveis, investem em outros ativos financeiros atrelados ao setor imobiliário. “Especialmente aquela parcela com indexação ao CDI, dado que o CDI se manteve em patamar de dois dígitos com o ciclo de alta no segundo semestre”, diz.

Impacto da mudança de direção dos juros

A queda do indicador da B3 de fundos imobiliários é atribuída sobretudo às pressões macroeconômicas, que provocaram uma mudança de direção da taxa básica de juros (Selic). “No início de 24 era esperado, por grande parcela do mercado, a continuidade de um ciclo de queda dos juros”, recorda Araujo. “Ao longo do ano, houve a inversão dessas expectativas e foi implementado um ciclo de alta da Selic.”

“As altas taxas de juros representam um desafio significativo para a rentabilidade dos FIIs, tornando os investimentos mais caros e aumentando os riscos”, explica o gestor da Trópico Investimentos, Fernando Camargo Luiz. “Portanto, recomenda-se cautela na hora de investir.”

Entre os motivos para a alta da taxa básica de juros estão a questão fiscal e eventos políticos no ano, como a eleição de Donald Trump e incertezas globais com a continuidade de guerras.

Os FIIs vão se recuperar?

Os especialistas consultados afirmam que o futuro ainda promete bons rendimentos com fundos imobiliários, porém o retorno pode ocorrer apenas no médio e longo prazo.

“O desempenho dos fundos pode variar conforme o segmento e as condições econômicas. Em 2025, espera-se um ambiente desafiador, mas com potencial para valorização em teses sólidas no longo prazo”, diz Luiz.

“O curto prazo, na minha visão, tem uma visibilidade baixa, mas quando olhamos para análise de 2 anos até 5 anos, entendemos que a montagem de posição em fundos imobiliários hoje pode ser bem interessante”, avalia Araújo. 

Assim, é necessário conhecer sua disposição a risco antes de entrar em um investimento em FIIs. Ativos deste segmento podem acarretar perdas, logo é necessário estar preparado, com boas reservas em outras aplicações mais seguras.

O que analisar antes de investir?

Luzi enumera ainda quatro pontos a serem analisados antes de investir em um FII: nível de vacância, possibilidade de inadimplência dos locatários, risco de crédito dos papéis envolvidos e o segmento a que pertence o fundo. “É essencial estar atento ao contexto econômico e às características específicas de cada fundo antes de tomar decisões de investimento”, conclui.

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