Conheça o pacote Affinity, concorrente da Adobe no mercado de design

Pacote Affinity

É impossível falar em edição de imagens sem citar a Adobe e, especificamente, o Photoshop — cuja marca já virou até mesmo sinônimo de fotos adulteradas (ou “photoshopadas”, no bom popular). Mas toda essa fama tem um preço. E ele, que vem na forma de uma assinatura, não é nada baixo — tanto que pode ser considerado inviável para profissionais independentes em início de carreira ou amadores.

É por isso que muitas pessoas optam por alternativas, como é o caso do pacote Affinity. Além de contar com recursos e um funcionamento até certo ponto semelhante ao dos apps da Adobe, o modelo de negócios da desenvolvedora Serif conta com um diferencial que pode ser um fator relevante na hora da escolha: o modelo de compra única em vez do sistema de assinaturas cada vez mais disseminado na atualidade.

Além disso, visando justamente quem já trabalha com outro software e precisa de um tempo a mais para se adaptar a novos aplicativos, a Serif oferece nada menos que seis meses de teste gratuito para todo o pacote Affinity — o que, convenhamos, é um tempo mais do que suficiente para conhecer o modo de operação e as particularidades de um software diferente (inclusive, muito maior em relação ao que é oferecido por outros apps)!

E foi aproveitando todo esse tempo de gratuidade que resolvi experimentar a suíte Affinity (na versão 2 dos softwares), visando passar as impressões de alguém que conta com um uso básico de apps de edição e que já teve experiência com os principais aplicativos da Adobe — embora não os assine mais, por achar que não valem o preço para as minhas necessidades (que são bem básicas).

Vale ressaltar que este artigo não é um tutorial sobre como usar os aplicativos (e nem um comparativo direto com os apps da Adobe, embora possa parecer em alguns momentos), funcionando mais como uma apresentação dos softwares para quem ainda não tem familiaridade com eles.

Quais os focos dos três apps da Serif?

Para começar, saber um pouco qual é o foco dos aplicativos da suíte Affinity é essencial. Quais tipos de arquivos e documentos geralmente cada um deles pode editar?

Affinity Photo

Concorrente direto do Photoshop, o Affinity Photo é um aplicativo dedicado à edição de imagens raster (ou bitmaps). Esse tipo de imagem é formado por uma matriz de pixels, onde cada um deles conta com informações fixas de cor e brilho.

Com a combinação de uma grande quantidade de pixels, é formada uma imagem visível. Quanto maior a quantidade de pixels, maior é a resolução da imagem — o que resulta também em um maior nível de detalhamento.

Como as imagens rasterizadas contam com informações fixas, há uma perda da qualidade da visualização da foto quando ela é ampliada, já que os pixels se tornam maiores e, consequentemente, mais distinguíveis uns dos outros.

Dessa forma, apps de edição de bitmap (como o Affinity Photo) trabalham principalmente na edição de imagens já prontas e teoricamente “imutáveis”, uma vez que não é possível dizer ao computador para alterar os valores de um determinado pixel.

Assim, esses aplicativos atuam principalmente na remoção ou na sobreposição das informações existentes, adotando técnicas como o uso de máscaras e camadas visando não “destruir” a imagem original — embora a maioria deles também permita adicionar informações vetoriais (explicação abaixo).

Affinity Designer

O foco do Affinity Designer, por sua vez, é a edição de imagens vetoriais. Ao contrário das imagens rasterizadas, as vetoriais se utilizam de equações matemáticas para determinar as localizações fixas das linhas e curvas com pontos (não pixels) fixos em uma grade.

Essas fórmulas matemáticas definem a forma do que se quer representar e podem ser facilmente recalibradas para qualquer tamanho — o que significa que é possível ampliar ou reduzir o tamanho da imagem sem nenhuma alteração na qualidade.

Em termos de criação e edição, o trabalho com as imagens vetoriais é bem mais versátil, uma vez que a posição e os detalhes (como a cor dos elementos) podem ser facilmente alterados, incluindo nós, pontas, etc.

Por essas características é que aplicativos como o Affinity Designer (que é concorrente direto do Adobe Illustrator e do famoso CorelDRAW) são comumente mais utilizados para a criação de logos e artes que necessitam muito do uso de formas e de edição textual, por exemplo.

Affinity Publisher

Com o propósito mais diferente entre os três aplicativos, o Affinity Publisher é um software dedicado a editoração profissional, sendo utilizado principalmente para a criação de layouts de impressão e materiais gráficos (como revistas, livros, panfletos, etc).

Embora esse tipo de documento possa ser produzido e editado em processadores de textos comuns (como o Pages, o Microsoft Word e o Google Docs), algumas especificidades tornam trabalhos editoriais bem mais práticos em softwares dedicados — principalmente se ele envolve muitas imagens e padronização em lote.

É possível organizar o layout de várias páginas com designs complexos, obter um controle tipográfico avançado, bem como recursos poderosos de grades e guias para garantir uma maior precisão no design.

Interface geral dos apps

No geral, o design dos três aplicativos da suíte Affinity segue diretrizes parecidas — que são semelhantes às de outros apps do gênero (incluindo os da suíte Creative Cloud, da Adobe).

Começando já pela tela de criação de documentos, a qual conta com uma interface para a escolha do ambiente de destino do arquivo (web, impressão, etc); dimensões predefinidas para tamanhos específicos de papel, foto, web, dispositivos e até arquitetura; bem como opções manuais para definir tanto o layout quanto a cor e as margens do documento.

Na tela principal, quando a composição já tiver sido iniciada, podemos notar algumas partes de destaque nos três aplicativos.

Vamos entender um pouco o que faz cada uma delas?

Barra de ferramentas Persona

Essa barra de ferramentas é bastante pequena e dá ao usuário a opção de selecionar uma Persona específica — ou seja, permite escolher o conjunto de ferramentas ideal para cada tarefa que você deseja realizar (falaremos disso mais à frente).

Painel de ferramentas

Localizado na lateral esquerda, o painel de ferramentas reúne as principais ferramentas necessárias para fazer as diversas ações para as quais os três aplicativos se propõem, com opções para pintar, cortar, escrever, adicionar formas, máscaras, etc.

O fato de os três aplicativos contarem com opções complementares (que permitem editar diferentes tipos de arquivos, mesmo com um foco principal) faz com que algumas dessas ferramentas sejam parecidas em todos eles.

Assim como em outros apps do gênero, algumas das opções contam com “subopções” relacionadas e também podem ser personalizadas para que você escolha exatamente as que usa mais, de modo a serem exibidas no seu espaço de trabalho.

Barra de ferramentas de contexto

Localizada na parte superior, a barra de ferramentas de contexto apresenta uma série de controles que se adaptam em relação à ferramenta que está selecionada na barra lateral esquerda.

Essa é uma abordagem interessante (que já é utilizada também pelos apps da Adobe), uma vez que elimina a necessidade de abas para a seleção das ferramentas desejadas (algo semelhante ao que temos em apps como o Microsoft Word).

Na ferramenta de texto, por exemplo, aparecem controles específicos para a manipulação de texto, como opções para escolher a cor e o tamanho da fonte, bem como ajustar o alinhamento e o espaçamento.

Barra de ferramentas

Ainda mais acima da barra de ferramentas contextual, há também uma com elementos fixos. Ao contrário da anterior, que altera suas opções a cada ferramenta selecionada, a barra superior ativa ou desativa os controles a depender do que está sendo manipulado.

É nessa barra que se encontram opções para reverter padrões já modificados em ferramentas, para ordenar os elementos na tela, de rotação e espelhamento, bem como ações aritméticas de subtração, interseção, adição, subtração, etc.

Estúdio

Uma das seções mais importantes dos três aplicativos é o Estúdio, que é a mais versátil entre as citadas. Como em um estúdio de verdade, é possível selecionar exatamente quais opções exibir, reorganizá-las livremente e até mesmo sobrepô-las em qualquer lugar da tela como janelas distintas.

É no Estúdio onde fica o gerenciador de camadas dos aplicativos, que é bastante semelhante ao do Photoshop e ao de outros apps do gênero, bem como a versátil paleta de cores do app, opções para pincéis, traçado, etc. — algo que vai depender do software, a exemplo da barra de ferramentas.

Localizado na lateral direita, o Estúdio também é facilmente “resetável” — o que significa que é possível simplesmente clicar em um botão na barra de menus para que todas as alterações de posicionamento e escolha das ferramentas por parte do usuário sejam restauradas aos seus estados originais.

Exibição do Documento

Esse é o centro do trabalho nos aplicativos do Affinity, basicamente onde a tarefa toda é realizada. A tela de exibição do documento funciona basicamente como a tela de um pintor — só que com mais versatilidade e uma infinidade de opções.

É nessa tela, por exemplo, que você posiciona uma imagem para editar no Affinity Photo, onde vai se adicionando os elementos como formas e linhas no Affinity Designer, ou onde ficam as páginas para editoração no Affinity Publisher.

A Exibição do Documento pode ter seu tamanho alterado sem distorções no tamanho da imagem em si, bem como apresenta ferramentas contextuais para alterar o que está sendo editado, como opções para rotação e redimensionamento.

Curva de aprendizagem

Embora alguns recursos certamente possam ser ativados de maneira diferente a depender do aplicativo que se utiliza, a maioria deles — pelo menos os mais clássicos e tradicionais — funcionam de forma bastante parecida para o que se propõem.

Não importa se você está utilizando o Microsoft Word ou o Pages da Apple: uma ferramenta de texto é sempre uma ferramenta de texto — e com os apps de edição não é diferente. Opções como cortar, ferramentas para selecionar objetos ou criar formas funcionam de maneira semelhante em qualquer que seja o app.

Obviamente, é necessária uma curva de aprendizagem ao migrar de aplicativo, já que embora algumas coisas sejam óbvias (um ícone de cortar ou um pincel segue o mesmo padrão em praticamente qualquer app), outras não são tanto (como entender a organização do app, achar determinada coisa ou fazer certa configuração).

O lado bom é que, assim que se entra pela primeira vez no Affinity, há uma série de tutoriais para ajudar quem está chegando ao app. Eles são bem simples, mas muito úteis para mostrar as ferramentas e funcionalidades principais do software (embora nada muito elaborado ou avançado).

Também há, na web, o Portal da Aprendizagem, onde você pode selecionar qualquer app para visualizar tutoriais em vídeo, guias de início rápido em texto ou até mesmo obter recursos de ajuda online com explicações detalhadas sobre cada recurso ou ferramenta do app.

Confesso que aprendi bem mais vendo tutoriais no YouTube (especialmente em sites de fora, dado o conteúdo escasso sobre os apps em português), mas de qualquer maneira há zilhares de páginas de suporte ensinando a usar recursos do pacote Affinity — do básico ao avançado.

Pelo menos na minha experiência, não fiquei desamparado quanto a aprender a usar os apps, especialmente por causa dos recursos e modos semelhantes a outros softwares e também pelos conteúdos extras que podem ser encontrados facilmente na web.

Diferentes, mas não totalmente…

Os três apps — mesmo que, como já discutimos, atendam a propósitos diferentes — contam com certas similaridades. Embora focado em edição de bitmaps, por exemplo, o Affinity Photo conta com algumas ferramentas comuns em edição vetorial (como formas, texto, entre outras) e permite exportar arquivos em formatos com essa característica.

Da mesma forma, o Affinity Designer conta com recursos focados em manipulação de bitmaps — incluindo algo denominado Persona Pixel, que muda o painel de ferramentas do software para que ela passe a exibir ferramentas que sejam dedicadas a tal propósito.

Obviamente, o Affinity Publisher também conta com ferramentas tanto para a edição de imagens vetoriais quanto de bitmaps (as opções Persona Photo e Persona Designer), uma vez que as publicações editoriais editados no app podem contar tanto com imagens tradicionais como com vetoriais.

Isso significa que, enquanto artes e imagens mais complexas podem ser editadas mais detalhadamente nos apps mais específicos para tal, algumas mais simples podem ser trabalhadas de forma interna no Affinity Publisher sem precisar abrir o outro aplicativo.

Dessa forma, os apps da Affinity acabam conseguindo muito bem suprir algumas necessidades básicas dos outros caso seja necessário — o que é interessante principalmente caso você tenha a necessidade de adquirir apenas um dos apps (aquele no qual você precisará trabalhar mais).

Caso você tenha adquirido a suíte por completo, no entanto, as vantagens são ainda maiores, visto que um app é compatível com o formato de arquivos do outro — o que permite trabalhar com o mesmo arquivo em um detalhe mais aprofundado vetorial no Designer e um detalhe em bitmaps no Photo.

Compatibilidade com outros formatos

Outro ponto a se analisar é a compatibilidade não apenas entre os próprios apps da suíte em si, mas também com outros softwares. No caso do pacote Affinity, a depender do aplicativo ou do seu workflow, pode ser que você tenha dificuldades para trabalhar em conjunto com outras pessoas que utilizam outros apps.

Pra começo de conversa, é importante destacar que todos os três apps são compatíveis com formatos de arquivo populares e comuns no universo digital atualmente (como JPG, SVG, PNG e PDF), mas a coisa começa a pegar quando começamos a tratar de outros formatos mais específicos.

O Affinity Photo é o ponto fora da curva nessa conversa, visto que ele consegue abrir arquivos do Photoshop (PSD e PSB), do Adobe Illustrator (AI) e até mesmo do finado Adobe FreeHand (versões 10 e MX). Quando falamos em exportação, apenas o formato PSD (entre esses citados) é suportado — mas isso pode ser relevado, visto que trata-se do principal aplicativo concorrente.

No caso do Affinity Designer, a situação começa a ficar diferente. Mesmo que seja capaz de abrir com facilidade arquivos do Photoshop (PSD), curiosamente o aplicativo até abre, mas não consegue exportar no formato do Adobe Illustrator (que é o aplicativo correspondente no pacote concorrente).

Essa é uma informação relevante, visto que isso impedirá você de trabalhar em conjunto com alguém que usa o Illustrator ou até mesmo de enviar o arquivo num formato editável para gráficas que não tenham o software da Affinity instalado — como é possível com softwares como o CorelDRAW.

Caso exportar para o formato do Photoshop não seja uma opção, restam opções de exportação principalmente para formatos não editáveis ou para PDF, com grande possibilidade de perda de detalhes da composição (como a estrutura de camadas do arquivo original, por exemplo).

Passando para o Affinity Publisher, a situação é semelhante à que temos no Designer. Quando falamos no principal aplicativo correspondente, o Adobe InDesign, é possível apenas abrir e posicionar 1 arquivos no formato IDML (e não no formato padrão INDD). Ainda: não é possível realizar exportações para nenhum formato do app concorrente.

Quando falamos sobre os formatos de arquivos do Photoshop e do Illustrator, é possível abrir (desde que o arquivo esteja salvo no formato de arquivo do Publisher) ou posicionar ambos, mas a exportação — como acontece com o Affinity Designer — só está disponível para o formato do Photoshop.

As três operações (abrir, posicionar e exportar) estão disponíveis para PDFs, formatos de arquivos gráficos raster (como HEIF, JPEG, JPEG-XL, PNG7, RAW, TIFF e WEBP) e vetoriais comuns (EPS e SVG), enquanto arquivos de texto (Microsoft Word, RTF) e planilhas (Microsoft Excel, Numbers ou LibreOffice) podem apenas ser posicionados.

Compatibilidade com dispositivos e sincronização

Quem se preocupa com portabilidade e a possibilidade de trabalhar em diferentes plataformas e sistemas operacionais não ficará na mão — pelo menos nos dois maiores sistemas operacionais para computadores no mercado.

Os três aplicativos da suíte Affinity estão disponíveis para macOS e Windows, e também contam com versões poderosas para o iPadOS (embora não seja possível usá-los em tablets com Android), algo que eu considero um plus em relação a softwares de outras empresas.

Por outro lado, em termos de sincronização, a suíte Affinity não tem recursos tão poderosos quanto a da Adobe — o que significa que você dependerá de apps de terceiros caso queira armazenar um arquivo na nuvem para acessá-lo facilmente em outro dispositivo.

Para não falar que os apps da Serif ignoram por completo recursos do gênero, há uma configuração denominada “Serviços vinculados”, a qual permite vincular o app em uso a uma conta do Dropbox, e facilitar o salvamento e o acesso a arquivos entre diferentes dispositivos.

Obviamente, você pode usar qualquer serviço de nuvem no computador ou no iPad (como o iCloud ou o Google Drive) para fazer essa tarefa, salvando o arquivo manipulado na pasta em questão — o que não é a solução perfeita, mas já quebra um galho.

Recursos de inteligência artificial

Estamos em 2024 e, como bem sabemos, ignorar a inteligência artificial (generativa, sendo mais específico) é basicamente ficar para trás em um segmento de mercado que está em praticamente todo tipo de aplicativo popular atualmente: de mensageiros, passando por editores de fotos e vídeos a processadores de textos.

Novamente, não dá pra não pegar o exemplo da Adobe, que concorre diretamente com a Serif nesse segmento. A empresa investiu pesado nos últimos anos no Firefly, um modelo generativo de aprendizado de máquina ainda em fase beta, mas amplamente utilizado nos seus aplicativos.

Com o Firefly, os apps da Adobe ganham recursos poderosos de geração de texturas ou correção de elementos que diminuem (e muito!) o trabalho em relação a uma edição mais manual e tradicional — que é como, de fato, aplicativos como o Photoshop funcionavam desde os primórdios.

Os apps Affinity, por sua vez, não contam com esses recursos — o que é até compreensível do ponto de vista capital, visto que não dá para comparar a Serif com uma Adobe da vida (e nem os preços dos produtos). Mas essa carência acaba deixando os apps do pacote claramente atrás nesse mercado.

Embora por um lado algumas pessoas mais saudosistas e reticentes em relação aos impactos da IA possam gostar dessa abordagem, considero que ter a opção sempre é melhor — afinal, ninguém é obrigado a usá-las em detrimento das ferramentas de edição tradicionais.

Resta torcer para que a recente aquisição da Serif pelo Canva possa mudar esse paradigma futuramente, uma vez que o app de edição para a web conta com uma série de ferramentas de IA (como geração de texto para imagens, por exemplo).

Complementos

Embora careçam de recursos de IA generativa, no entanto, os apps Affinity podem ser incrementados e melhorados com complementos (add-ons), os quais adicionam recursos que podem ser bastante úteis a depender do seu uso dos apps.

De brush packs vibrantes e kits de ilustração exclusivos a sobreposições atmosféricas, efeitos de texturas e mais, temos uma gama incrível de complementos para você encontrar aquele que vai ajudar a aprimorar o seu trabalho.

Os add-ons podem ser adquiridos por meio de compras na Loja Affinity, ficando atrelados à conta do usuário (o que permite instalá-los diretamente em cada app) e também disponíveis para instalação manual.

Alguns recursos presentes nos três apps

Embora, obviamente, seja impossível passar por tudo o que é suportado pelos três apps da suíte Affinity, destacarei abaixo alguns poucos recursos e funcionalidades dos três que acredito que valem ser mencionados nessa publicação:

Affinity Photo

  • Fluxo de trabalho profissional: possui camadas com ajuste em tempo real, suporte a imagens panorâmicas, zoom com taxa máxima de atualização, etc;
  • Retoque de fotos sem falhas: conta com separação da frequência para suavizar pixels, ferramentas de subexposição, superexposição, clonagem, correção e remoção de manchas, bem como recursos de remoção de objetos indesejados;
  • Suporte a edição em RAW: permite controlar todos os detalhes e realizar correções refinadas em fotos tiradas com o formato de imagens “cru”;
  • Biblioteca e pincéis personalizados: além dos pincéis padrão oferecidos pelo aplicativo, o Affinity Photo também permite criar pincéis a partir de uma seleção de pixels, fornecendo um traçado único.

Affinity Designer

  • Edição facilitada de documentos complexos: permite tratar milhares de objetos sem atrasos, organizar grupos de camadas e marcações de cores, dar zoom em até 1.000.000% e muito mais;
  • Ferramentas para economizar tempo: possibilita combinar atributos para simplificar a edição (como grades, guias e planos), bem como conta com personalização de atalhos de teclado e espaços de trabalho;
  • Visualização de pixels: é um modo que permite analisar vetores nas resoluções padrão e Retina para obter uma visão realista de como cada elemento será exportado em formato bitmap;
  • Opções avançadas de tipografia: o app permite adicionar textos com base em qualquer marcador e até mesmo produzir uma tipografia personalizada para as suas ilustrações.

Affinity Publisher

  • Versatilidade: permite criar layouts para diversos tipos de publicações (sejam elas digitais ou impressas) como newsletters, revistas, livros, ebooks, trabalhos acadêmicos, portfólios, relatórios, currículos, cartões postais, folhetos, etc;
  • Adição de texto de forma criativa: o app permite usar marcadores para fazer o texto fluir de forma uniforme e predefinida, bem como adicionar textos artísticos, decorações e capítulos;
  • Criação de documentos com dados externos: se você tiver uma planilha ou um arquivo JSON, por exemplo, é possível criar coisas como certificados, crachás ou cartões de visita únicos em lote com base na fonte de dados.

Preço e conclusão

Um dos grandes diferenciais da suíte Affinity é a competitividade em termos de preço em relação a outros softwares do gênero.

Cada software pode ser adquirido por US$70 individualmente no macOS ou no Windows, enquanto que no iPadOS (plataforma que tem menos funções avançadas em relação aos dois outros sistemas) o preço cai para US$18.

Mas também é possível adquirir os três como um combo com a licença universal do Affinity. Por US$165, você poderá instalar qualquer um dos softwares no macOS, no Windows e no iPadOS sem custo adicional.

Comprando pela [Mac] App Store, em reais, os preços são os seguintes:

  • Licença única de cada app para iPad: R$99
  • Licenças dos três apps para iPad: R$199
  • Licença de cada app para Mac: R$399
  • Licença universal: R$899

Caso você não seja alguém que precise de todos os recursos presentes nos aplicativos da Adobe, é possível economizar bastante optando pela compra única de um dos apps da Serif.

A título de comparação, a licença mensal individual do Photoshop custa atualmente a partir de R$104/mês, enquanto o pacote Creative Cloud sai por R$275 (ou R$140, mas apenas no primeiro ano).

Não precisa raciocinar muito para perceber que alguns poucos meses de assinatura nos apps da Adobe correspondem ao preço cobrado pela compra vitalícia na Serif — um detalhe importante a se ponderar.

Obviamente, é preciso levar em consideração o contexto de cada usuário, visto que coisas como recursos de inteligência artificial, colaboração ou sincronização avançada simplesmente não estão disponíveis no pacote Affinity.

Notas de rodapé

1    Como é chamada, no pacote Affinity, a ação de adicionar algum arquivo em um projeto já existente.
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