Ibovespa desvaloriza e completa 4 semanas de perdas; dólar sobe

Ibovespa/Foto:CanvaPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (3) com baixa de 1,33%, aos 118.532,68 pontos. O dólar comercial subiu 0,30%, a R$ 6,18.

Finalizando a quarta semana consecutiva com perdas, o Ibovespa recuou a um patamar não visto há mais de 1 ano, desde a sessão do dia 6 de novembro de 2023. Além da baixa liquidez, a forte queda da Vale (VALE3), da Petrobras (PETR4) e dos bancos, junto com a cautela dos investidores, causaram o declínio do índice.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com baixa de 0,39%, aos US$ 108,97.

Enquanto as perspectivas para o mercado acionário brasileiro deterioram mais a cada pregão, os investidores tendem a não tomar riscos muito altos, seguindo a visão de especialistas do setor. 

As ações da Bolsa brasileira, inclusive, foram rebaixadas de neutro para venda pelo banco HSCB, cuja equipe analisou que o mercado brasileiro é um caso clássico de value trap (ou armadilha de valor). Isso significa que a Bolsa brasileira parece estar com desconto, mas, na verdade, só está desvalorizado porque é um mau negócio.

Além disso, as ações de mais peso para o Ibovespa operaram em queda durante toda a sessão. A Vale refletiu o recuo nos preços futuros do minério de ferro, que fechando o dia na Bolsa de Dalian com queda de 2,28% em relação ao pregão anterior. Analistas apontaram a fraca demanda frente ao aumento da oferta como razão para o movimento.

Já a Petrobras, além de acompanhar os preços internacionais do petróleo, que também caíram, também sofrem com a aversão ao risco que afeta o mercado brasileiro. 

Em paralelo a isso, o cenário no exterior segue chamando atenção, com o dirigente do Fed (Federal Reserve) de Richmond, Tom Barkin, afirmando que as taxas de juros de longo prazo nos EUA devem ficar acima do esperado inicialmente. Isto porque, apesar da redução nas incertezas, a inflação fora da meta ainda preocupa.

Junto a isso, uma movimentação que impactou o Ibovespa e o dólar foi a ponderação dos agentes financeiros quanto à moeda da China se enfraquecer, diante do recente esforço do governo chinês para impulsionar a economia, o que impacta o desempenho do real e de seus pares.

Com isso, o Yuan se aproximou da mínima de 14 meses ante o dólar nesta sexta-feira, uma reação à possibilidade da China afrouxar sua política monetária para fornecer força à economia mesmo que isso significasse uma moeda local mais frágil.

A Eneva (ENEV3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 5,45%. Logo atrás, Azul (AZUL4) e São Martinho (SMTO3) registraram altas de 3,02% e 3,00%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Usiminas (USIM5) liderou as perdas, caindo 6,01%. Em seguida, vieram  IRB (IRBR3) e Yduqs (YDUQ3), com perdas de 5,55% e 5,08%.

Altas e Baixas do Ibovespa: bancos tradicionais recuam

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,35% e 1,06%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,37%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 1,86%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 3,29%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 6,01%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 2,45% e 0,75%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 1,62% e 1,39%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu %. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 0,17%. Casas Bahia (BHIA3) equilibrou em 0,00%.

Índices do exterior fecharam apostos

Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta sexta-feira (3). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,48%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 1,51%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,49%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq subiram 1,26% e 1,77%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,83%.

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