Morgan Stanley corta recomendação da Vale para “neutro”

Vale (VALE3)
Vale (VALE3) / Foto: Divulgação

A recomendação para as ações da Vale (VALE3) foi cortada para “equal-weight” (equivalente a neutro) pelos analistas do Morgan Stanley, além disso, eles reduziram o preço-alvo dos ADRs (recibos de ações negociados nos EUA) de US$ 14,50 para US$ 11,30, de acordo com relatório enviado na noite de quarta-feira (12).

A equipe liderada por Carlos De Alba citou a incerteza elevada com a perspectiva de oferta/demanda do minério de ferro, bem como as expectativas de preços mais baixos do produto, que devem continuar a pesar no desempenho das ações.

“Além disso, os maiores pagamentos do acordo de Mariana limitarão a geração de fluxo de caixa livre (FCF, na sigla em inglês) da Vale, levando a menores yields de FCF em comparação com os principais pares de commodities de ferro da América Latina e do mundo”, consta no relatório do Morgan Stanley sobre a Vale.

No entanto, a equipe afirmou que ainda vê valor de longo prazo nos ativos da mineradora e estão encorajados por uma visão clara e sólida da administração da companhia para 2030.

Anteriormente, o banco havia eleito a Vale e a Gerdau (GGBR4) entre as preferidas globais no setor para este trimestre.

Presidente da Vale (VALE3): siderúrgicas levarão mais tempo para se descarbonizar

Os modelos de produção para reduzir a pegada de carbono na indústria siderúrgica levará mais tempo que o previsto para ser implementada, na visão do presidente da Vale (VALE3), Gustavo Pimenta.

A razão principal são os altos custos ligados a esses modelos, bem como um mercado global desafiador para os produtores de aço.

“Tem sido difícil para eles fazerem a transição para produtos de baixo carbono, difícil manter o negócio de forma lucrativa”, disse o presidente da Vale.

“Isso vai acontecer (a descarbonização), mas levará mais tempo”, prosseguiu Pimenta em sua análise, de acordo com o “Valor”. O executivo concedeu entrevista após encontro anual com investidores da empresa na Bolsa de Valores de Nova York.

Por conta das taxas de juros altas e preços mais baixos do aço, produtores ao redor do mundo têm sido pressionados por custos maiores, considerando também uma economia vacilante da China. O que os produtores buscam, segundo Pimenta, é principalmente permanecer lucrativos no momento, preferindo matérias-primas mais baratas.

O presidente destacou, segundo o veículo, que a Vale tem se manifestado sobre a produção de minério de ferro de alta qualidade que resulta em menores emissões de carbono, mas o preço é uma grande questão atualmente.

“Os clientes da indústria automobilística, por exemplo, ainda não estão dispostos a pagar por produtos com menor emissão de carbono”, disse ele.

Uma estratégia que se adapte às condições de mercado é importante para a Vale, disse Pimenta, caso os compradores peçam produtos mais baratos e não materiais de alta qualidade, por causa da lucratividade.

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