Brasil registra alta de 13% na abertura de pequenos negócios em novembro

O volume de pequenos negócios criados no Brasil em novembro de 2024 foi 13% maior do que no mesmo período de 2023. Segundo levantamento do Sebrae, foram abertos 334,5 mil CNPJs no mês, sendo 321 mil relativos a microempreendedores individuais (MEI), microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). No acumulado do ano, já são 3,9 milhões de pequenos negócios formalizados, o que representa 96% do total de novas empresas criadas em 2024.

Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, os números reforçam o bom momento da economia brasileira. “O crescimento da empregabilidade, o forte desempenho do PIB e o aquecimento da indústria são fatores que estimulam o empreendedorismo. Novos negócios geram empregos e movimentam ainda mais a economia”, destacou.

Os dados do Sebrae mostram que o setor de Serviços se manteve como o principal destino dos empreendedores em novembro, concentrando 62% das aberturas (200 mil empresas). O Comércio ficou em segundo lugar, com 23% (73 mil), seguido pela Indústria, com 7% (24 mil). Entre as atividades mais procuradas, destacaram-se os serviços de Atenção Ambulatorial para microempresas e empresas de pequeno porte, enquanto os MEIs registraram maior demanda nas Atividades de Malote e Entrega.

São Paulo (33.474 empresas), Rio de Janeiro (11.202) e Brasília (6.273) lideraram em números absolutos de novos negócios abertos no mês.

Impactos dos juros altos 

Apesar dos avanços no empreendedorismo, a alta na taxa básica de juros (Selic) traz desafios para os pequenos negócios. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic de 11,25% para 12,25% ao ano, a terceira alta consecutiva. Essa medida encarece o crédito e impacta diretamente os micro e pequenos empresários.

De acordo com o Sebrae, as taxas de empréstimos para MEIs podem ultrapassar 51% ao ano em algumas regiões, como no Nordeste, sendo mais de quatro vezes maiores que a própria Selic. Para mitigar esse impacto, o Sebrae tem atuado em parceria com o governo federal no programa Acredita, que busca ampliar o acesso ao crédito. O Fundo de Aval para Micro e Pequena Empresa (Fampe) já mobiliza 30 instituições financeiras, com previsão de oferecer R$ 30 bilhões em crédito nos próximos três anos.

“Uma economia não é feita só de números, mas de comportamento. É preciso considerar sinais como a queda de preços e o aquecimento das vendas para tomar decisões justas para a população”, argumentou Décio Lima, reforçando a necessidade de políticas que favoreçam o crescimento dos pequenos negócios no país.

(Com Agência Sebrae).

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