Black Friday: Como evitar fraudes e golpes nas compras promocionais

Foto: Canva

Com a Black Friday de 2024 se aproximando, marcada para 29 de novembro, milhões de brasileiros já se preparam para aproveitar as promoções.

Segundo um estudo da Google, 7 em cada 10 consumidores no Brasil planejam fazer compras nesta data. No entanto, o aumento das transações também atrai golpistas, que se aproveitam da movimentação para aplicar fraudes sofisticadas.

De acordo com Thiago Bertacchini, Head de Vendas da Mangopay, é essencial que os consumidores e lojistas redobrem a atenção, especialmente em um período onde os ataques digitais se intensificam.

“Fraudes evoluem rapidamente, mas algumas técnicas continuam sendo extremamente eficazes, causando perdas financeiras significativas. Estimativas apontam que as fraudes digitais podem gerar prejuízos de mais de US$ 340 bilhões até 2027”, alerta o especialista.

Golpes comuns na Black Friday e como se proteger

Durante a Black Friday, alguns tipos de fraudes digitais se destacam pelo volume e sofisticação. Confira os principais golpes e como evitá-los:

Teste de Cartões (Card Testing)

Essa prática envolve o uso de bots para testar dados de cartões roubados em pequenas transações. Segundo Bertacchini, essa técnica não só gera prejuízos financeiros, como aumenta os custos operacionais dos e-commerces.

Para se proteger, lojistas podem adotar soluções de autenticação com inteligência artificial e machine learning, capazes de identificar padrões suspeitos e bloquear transações automáticas em tempo real.

Invasão de Contas (Account Takeover – ATO)

Golpistas utilizam dados vazados ou técnicas como phishing para acessar contas de usuários e realizar compras fraudulentas. Bertacchini explica que o uso de biometria comportamental e autenticação multifatorial pode reduzir significativamente esse risco.

“Ao detectar mudanças bruscas de comportamento, como acessos de locais ou dispositivos incomuns, sistemas de segurança podem aplicar camadas adicionais de proteção”, ressalta.

Bots e ataques automatizados

Bots são frequentemente usados para ações como preenchimento de formulários falsos e ataques de negação de serviço (DDoS), afetando o desempenho dos sites e comprometendo a experiência de compra.

“Tecnologias que identificam atividades repetitivas ou fora do padrão humano são fundamentais para barrar esses ataques sem prejudicar a navegação dos consumidores legítimos”, diz Bertacchini.

4. Fraudes de pagamento e chargebacks

A Black Friday também registra um aumento nos casos de chargebacks – quando transações legítimas são contestadas ou quando compras são realizadas com cartões roubados. Bertacchini enfatiza a importância de monitoramento contínuo das transações e análise comportamental para mitigar riscos.

Atenção redobrada aos golpes físicos e virtuais

No campo jurídico, Paulo André Mettig Rocha, especialista em direito do consumidor, alerta para estratégias fraudulentas que vão além do digital.

“Hoje em dia, golpistas simulam mensagens de instituições confiáveis, criam sites idênticos aos originais e até clonam perfis de redes sociais.

A atenção do consumidor deve ser redobrada”, orienta. Ele destaca a prática conhecida como “metade do dobro”, em que produtos são vendidos com falsos descontos. “Iniciar pesquisas de preços com antecedência e utilizar sites confiáveis para monitorar valores médios são medidas essenciais para evitar essas armadilhas.”

Além disso, o advogado sugere formas de pagamento mais seguras. “O cartão de crédito é uma opção vantajosa, pois, em caso de fraude, é possível solicitar o estorno à operadora. Já no caso de pagamentos via PIX, há o Mecanismo Especial de Devolução, mas as chances de recuperar o dinheiro são menores”, explica.

O que fazer em caso de golpe?

Se um golpe for consumado, a rapidez na reação é fundamental. “Registre um boletim de ocorrência e informe a operadora do cartão ou o banco imediatamente”, aconselha Paulo André. Ele também sugere registrar queixas no Procon e, em último caso, recorrer à justiça.

“A comprovação da fraude é essencial, então finalize sempre suas compras com nota ou cupom fiscal contendo os dados do fornecedor”, orienta.

Para golpes envolvendo propaganda enganosa, o advogado lembra que o Código de Defesa do Consumidor prevê punições.

“O consumidor pode exigir o cumprimento da oferta, trocar o produto ou até solicitar a rescisão do contrato com reembolso atualizado e indenização por perdas e danos”, afirma.

Prevenção é a melhor arma

Conforme apontado por Thiago Bertacchini, a prevenção é a chave para evitar prejuízos. “Investir em tecnologia de ponta, como biometria comportamental e análise contínua de transações, não é um luxo, mas uma necessidade para garantir um ambiente seguro”, diz.

Já Paulo André reforça a importância da vigilância: “Golpes são cada vez mais sofisticados, mas com cautela, pesquisa e atenção às práticas seguras, é possível aproveitar as promoções sem sustos.”

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