Enquanto aguarda privatização em Portugal, TAP volta a crescer no Brasil

Tão portuguesa quanto o pastel de nata e a linguiça alheira, a companhia aérea TAP deverá transferir o controle estatal para a iniciativa privada no próximo ano e, provavelmente, terá dupla cidadania. Na semana passada, o ministro da Infraestrutura, Miguel Pinto Luz, afirmou que o plano para a privatização está pronto e que há 12 empresas interessadas no negócio, entre elas Air France-KLM, Lufthansa e British Airways. “Já estamos ouvindo as partes interessadas. Vamos iniciar o processo de privatização da empresa em 2025”, disse em uma entrevista para a Reuters.

A ideia, aprovada pelo Partido Socialista no ano passado, previa a privatização de pelo menos 51% do capital em setembro de 2023, mas a venda não ocorreu em decorrência da decisão do novo governo, escolhido em eleições antecipadas em março e liderado por uma aliança de centro-direita.

O ministro afirmou que a TAP tem se fortalecido financeiramente, com resultados operacionais em linha ou superiores aos de seus concorrentes europeus, o que ajuda a explicar o grande interesse. Nos primeiros nove meses de 2024, as receitas operacionais atingiram 3,2 bilhões de euros, um aumento de 2,8% em relação ao mesmo período de 2023. “Seja qual for o modelo final de privatização, a marca TAP e seu hub em Lisboa serão mantidos, com foco em rotas estratégicas para a diáspora portuguesa, que inclui Brasil, Angola, Moçambique e Estados Unidos.”

Negociações

O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, que já havia insistido na privatização total da TAP, sinalizou há um mês que uma venda parcial também era uma possibilidade. Pinto Luz afirmou que “houve manifestações de interesse de mais de uma dezena de partes interessadas nacionais e internacionais”, inclusive de fora da Europa.

Mesmo com a provável privatização em 2025, a TAP afirma que preservará o hub de Lisboa e as rotas mais lucrativas para a diáspora portuguesa (Crédito: Luis Boza)

Enquanto a empresa define seu destino em Portugal, a operação brasileira está voando alto. No dia 18 de novembro, a companhia retomou seus voos entre Lisboa e Manaus, rota que havia sido suspensa durante a pandemia.

Atualmente, a empresa opera semanalmente quase 100 voos no Brasil, partindo de 13 capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Natal, Maceió, Porto Alegre, Recife, Salvador, Florianópolis e, agora, Manaus. Além disso, a companhia conecta o Porto a São Paulo e ao Rio de Janeiro. “Estamos muito felizes em retomar os voos para Manaus, que é uma porta de entrada para a rica biodiversidade da Amazônia”, afirmou Luís Rodrigues, presidente da TAP, em nota. “Essa ligação reafirma o nosso compromisso com o Brasil e com o turismo na região.”

No Brasil, a TAP é comandada pelo executivo Carlos Antunes, que também responde pelas Américas.

Além de Manaus, a TAP estreou em setembro a inédita rota para Florianópolis. A empresa passou a operar voos para a capital catarinense com seu maior avião, o Airbus A330-200, que transporta 269 passageiros, sendo 244 em classe Econômica e 25 em Executiva. “A inclusão de Florianópolis como destino TAP surge como resposta à crescente procura por voos entre Portugal e o Sul do Brasil, reforçando o compromisso de continuar a investir para ser a companhia aérea europeia preferida dos brasileiros”, disse Rodrigues.

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