Wells Fargo: dominância fiscal cria incertezas sobre Selic 

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Wells Fargo / Divulgação

O banco Wells Fargo aponta que a dominância fiscal está gerando incertezas sobre a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.

A situação de desequilíbrio fiscal tem levado a crise fiscal a predominar na política econômica, dificultando a elevação dos juros pela autoridade monetária para combater a inflação.

Com uma dívida elevada, o cenário das contas públicas tende a se deteriorar, o que pode acabar pressionando ainda mais a inflação.

Segundo a economista Brendan McKenna, os formuladores de políticas do Banco Central brasileiro enfrentam uma situação desafiadora. As taxas de juros reais elevadas estão contribuindo para a moderação do crescimento econômico.

No entanto, a falta de clareza sobre o comprometimento do governo com a responsabilidade fiscal está intensificando as pressões inflacionárias.

“Como resultado, um cenário de dominância fiscal está começando a se materializar, o que também está gerando pressões de desvalorização sobre a moeda brasileira, dada o estado já precário das finanças públicas”.

A economista alerta que a desvalorização do real pode gerar inflação importada, aumentando as pressões inflacionárias internas. Ela ressalta que, juntamente com uma política fiscal mais flexível, isso está exacerbando as expectativas de inflação local.

De acordo com a análise do Wells Fargo, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central deve optar por manter a Selic em 10,5% na decisão de hoje. O banco acredita que essa taxa deve ser mantida até o final do próximo ano.

“Economistas de mercado acreditam que o reinício do ciclo de flexibilização será realizado antecipadamente no próximo ano, enquanto, ao mesmo tempo, os mercados financeiros precificam que o BCB aumente as taxas no futuro próximo.

Esse tipo de divergência torna o forward guidance o componente mais crítico do BCB na reunião de julho”, avalia o banco, ao esperar uma linguagem mais agressiva no comunicado.

Wells Fargo supera em lucro e receita no 2T24, mas perspectiva desanima

No segundo trimestre de 2024 (2T24), o Wells Fargo reportou um lucro líquido de US$ 4,910 bilhões, uma leve queda de 1% em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme demonstrado em seu balanço divulgado nesta sexta-feira (12).

Entretanto, o lucro diluído por ação ordinária no período foi de US$ 1,33, superando as expectativas dos analistas consultados pela FactSet, que previam US$ 1,29, e também ultrapassando o lucro por ação de US$ 1,25 registrado no ano anterior.

Nesse período, o Wells Fargo registrou uma receita de US$ 20,7 bilhões, um aumento em relação ao segundo trimestre do ano passado, quando obteve US$ 20,5 bilhões. Esse resultado também superou a estimativa da FactSet, que era de US$ 20,3 bilhões.

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