Há indícios de que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, diz PF

Jair Bolsonaro (PL) / Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O relatório final do inquérito da PF (Polícia Federal), que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil deve incluir indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia do plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Esse relatório pode ser encaminhado ainda nesta quinta-feira (21) ao STF, segundo informação inicial da “CNN Brasil”. Os indícios de que Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” da trama golpista com objetivo de “eliminar” Lula, Alckmin e Moraes, são fortes, segundo a PF. 

Bolsonaro deve ser indiciado pela PF por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

A organização também deve pedir o indiciamento de outros personagens centrais do governo Bolsonaro, como o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.

A PF deve indiciar mais de 40 pessoas, segundo o veículo de notícias. Quando a organização entregar o relatório ao STF, será responsabilidade da Corte definir se derruba ou não o sigilo do documento. 

O inquérito deve ser repassado pelo ministro Alexandre de Moraes ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. Então, caberá ao chefe do MPF (Ministério Público Federal) decidir se apresenta ou não uma denúncia criminal contra os envolvidos. 

Gonet também pode optar pelo arquivamento ou pedir investigações complementares.

Bolsonaro teria dado aval para golpe de Estado, diz general

O general da reserva Mário Fernandes, um dos presos na Operação Contragolpe, da Polícia Federal, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro deu aval para um golpe de Estado até 31 de dezembro de 2022. A afirmação foi feita a Mauro Cid, por meio de um áudio.

“Cid, boa noite. Meu amigo, antes de mais nada me desculpa estar te incomodando tanto no dia de hoje. Mas, porra, a gente não pode perder oportunidade. São duas coisas. A primeira, durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas, porra, aí na hora eu disse, pô presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades”, disse Mário Fernandes.

A conversa consta no relatório de inteligência da operação, deflagrada na terça-feira (19) para prender cinco militares que pretendiam impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice, Geraldo Alckmin, eleitos em outubro de 2022.

Mário Fernandes também está envolvido, segundo a Polícia Federal, em um plano para matar Lula, Alckmin e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

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