Criador do ChatGPT quer escanear íris dos brasileiros. Por que isso?

A World, empresa cocriada por Sam Altman, CEO da OpenAI, famosa pelo ChatGPT, iniciou na quarta-feira (13) suas atividades no Brasil.

A companhia chega com a proposta de escanear a íris dos brasileiros, visando diferenciar humanos de bots virtuais. Apesar de ser uma novidade por aqui, a tecnologia já é utilizada em outros países, como Estados Unidos, México e Japão.

A iniciativa pretende combater perfis falsos em redes sociais e substituir métodos tradicionais de verificação, como o Captcha.

A Worldcoin, uma criptomoeda, será oferecida gratuitamente a quem participar do registro, representando um valor estimado de R$ 330. Contudo, a coleta de dados biométricos tem gerado controvérsias.

Em São Paulo, dez pontos estão disponíveis para escaneamento, com a expectativa de expansão futura. A participação é gratuita, e a empresa garante que as imagens da íris serão apagadas após gerar uma sequência numérica única para cada usuário.

O foco é oferecer um método seguro de identificação no ambiente online.

Escanear a íris: isso é seguro?

O processo é iniciado por meio do aplicativo World App, onde o usuário agenda sua visita. No local, a câmera Orb captura a imagem da íris, criptografa e a envia ao celular do participante.

A empresa afirma eliminar o arquivo logo após, garantindo segurança. Portanto, o passo a passo consiste em:

  • Baixar o World App;
  • Agendar verificação;
  • Captura da íris;
  • Criptografia e envio ao celular.

A tecnologia afirma ser mais segura que o reconhecimento facial, dispensando a necessidade de dados como nome ou endereço.

Apesar disso, especialistas destacam preocupações sobre o uso de dados biométricos e privacidade, comparando seu potencial ao manuseio de códigos genéticos.

Câmera Orb, dispositivo usado para escanear a íris do participante (Foto: Darlan Helder/g1)

Controvérsias

Críticas se concentram na falta de clareza sobre o tratamento de dados. Rafael Zanatta, do Data Privacy Brasil, alerta para a reutilização do sistema em autenticações pagas. Nina da Hora, do Instituto da Hora, questiona até onde iniciativas privadas devem ir ao coletar informações tão sensíveis.

Para Rodrigo Tozzi, gerente de operações, a empresa busca diálogo constante com reguladores locais, como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A World vislumbra ainda um futuro em que sua tecnologia possa ser aplicada em processos democráticos globais.

A chegada da World ao Brasil traz inovações significativas, mas também levanta questões fundamentais sobre privacidade e ética. O equilíbrio entre proteger os usuários e garantir a segurança de suas informações seguirá no centro das discussões.

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