Campos Neto: desancoragem não é culpa de ‘malvados da Faria Lima’

Roberto Campos Neto
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do BC (Banco Central), Robertos Campos Neto, disse nesta segunda-feira (18) que a desancoragem das expectativas de inflação não é culpa de “malvados da Faria Lima”, em referência ao mercado financeiro.

Segundo Campos Neto, as expectativas de empresários e do setor privado são ainda mais pessimistas do que as dos agentes financeiros. A declaração foi feita com base na pesquisa Firmus, conduzida pelo BC.

“Quando olhamos as expectativas do Firmus, vemos que o ‘mundo real’, composto por empresários e varejo, é mais pessimista que os agentes financeiros”, declarou o presidente do BC.

Ainda segundo Roberto Campos Neto, o pessimismo em relação à inflação não é exclusivo do Brasil. O presidente do BC também vinculou a alta das taxas de juros de longo prazo à incerteza em relação ao cumprimento do novo arcabouço fiscal.

Segundo ele, embora a situação fiscal do país não represente um “desastre iminente”, são necessárias correções urgentes no controle de gastos. “Temos muitos recursos e possibilidade de ajustar a rota, mas isso deve ser feito pelo lado das despesas, não das receitas”, afirmou Campos Neto.

Campos Neto: queda na produtividade é um problema global

Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), afirmou nesta segunda-feira (18) que a queda na produtividade é um desafio global. O executivo pontuou que vê o envelhecimento da população como um problema fiscal.

Campos Neto comentou sobre as dificuldades que os países estão enfrentando para pagarem suas dívidas públicas, que aumentaram significativamente após a pandemia do novo coronavírus.

“Os países fizeram grandes e necessários programas de enfrentamento ao Covid. A dívida global é muito alta. O mundo enfrenta desafios de produtividade, que está em queda em todos os lugares, menos nos Estados Unidos. A população do mundo está envelhecendo, esse é o grande desafio coletivo”, disse o presidente do BC em participação no evento do Insper, segundo a “CNN Brasil”.

Dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), indicam que a dívida pública global deve ultrapassar os US$ 10 trilhões em 2024 pela primeira vez.

Campos Neto comentou sobre o tema enquanto corre a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que prevê o fim da escala de trabalho 6×1 — uma folga a cada seis dias de trabalho. Ele já disse ver a pauta com “muita preocupação”.

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