Ibovespa abre em queda com Focus pessimista; dólar cai

Ibovespa / Foto: CanvaPro

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, iniciou o pregão desta segunda-feira (18), em queda, com as previsões do Boletim Focus de aumento da Selic e perspectivas de crescimento da inflação além do esperado anteriormente.

Com uma expectativa de aumento da inflação além do previsto anteriormente, analistas projetaram, no Boletim Focus, uma taxa de juros básica de 12,00%, ante previsões anteriores de 11,50%. Também elevaram as previsões para a cotação do dólar.

De acordo com projeções divulgadas nesta segunda-feira (18), a inflação até o final do ano deve ser 4,4%, o que representa crescimento em relação à previsão anterior de 4,25%. As expectativas de aumento do PIB em 2024 também cresceram, para 3,3%.

O Ibovespa também oscila sob influência das expectativas para a divulgação pacote fiscal do governo. O conjunto de medidas deve ser anunciado após a Cúpula do G-20, que ocorre nesta segunda (18) e terça-feira (19), no Rio de Janeiro.

Além disso, investidores estão de olho no G-20. No evento devem ocorrer três reuniões a respeito de prioridades do Brasil para este ano. O país também vai lançar uma aliança contra a fome e pobreza.

Por volta das 10h30 (horário de Brasília), o índice apresentava recuo de 0,20% aos 127.536 pontos.

O dólar comercial, por sua vez, seguia uma performance no mesmo sentido, com queda de 0,35% e cotado a R$ 5,7741.

Detalhes do que movimenta o Ibovespa

Sobre o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, a mediana das expectativas para a Selic ao fim de 2025 é de 12,00%, aumento em relação ao percentual de 11,50% divulgado na semana anterior. Para o final de 2024, as projeções são de 11,75%. A taxa básica de juros é de 11,25% no momento.

O mercado está com expectativas para o pacote fiscal. O texto já foi finalizado, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na quarta-feira (13), o ministro se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para apresentar a proposta.

Embora a perspectiva de divulgação do detalhamento aconteça após o G20 — prometido  anteriormente após o fim das eleições municipais — a pasta da Fazenda apresentou ao Congresso um plano de redução de gastos de R$ 70 bilhões para os próximos dois anos, com R$ 30 bilhões previstos para 2025 e o restante para 2026.

Em entrevista coletiva, Haddad declarou que o impacto fiscal do pacote será expressivo e que a ideia é fazer com que as rubricas do Orçamento se enquadrem na regra de crescimento de despesa do arcabouço fiscal.

O mercado também está de olho na aproximação do Brasil com a China. Em entrevista à emissora CNBC que foi ao ar no domingo (17), Haddad afirmou que o governo federal vai atuar para trazer empresas chinesas ao país.

“A China é o maior parceiro comercial do Brasil. O presidente Xi [Jinping] vem ao Brasil essa semana exatamente para fazer um acordo com o Brasil, estratégico”, afirmou o ministro, na entrevista.

EUA

Nos Estados Unidos, permanecem as preocupações sobre as futuras decisões do Fed em relação às taxas de juros. O receio se intensificou após o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmar na última quinta-feira (14) que o Banco Central “não está com pressa” para reduzir os juros.

A declaração ocorre em meio ao crescimento econômico robusto e à força do mercado de trabalho no país. Atualmente, a maior parte do mercado projeta que a taxa de juros de empréstimo overnight estará entre 4,25% e 4,50% ao final de 2024, segundo a ferramenta CME FedWatch.

  • Dow Jones Futuro: -0,09%
  • S&P 500 Futuro: +0,18%
  • Nasdaq Futuro: +0,69%

Bolsas Asiáticas

Os mercados da Ásia-Pacífico encerraram a segunda-feira sem direção definida, com investidores aguardando dados de inflação do Japão e novas taxas preferenciais de empréstimo da China.

  • Shanghai SE (China): -0,21%
  • Nikkei (Japão): -1,09%
  • Hang Seng Index (Hong Kong): +0,77%
  • Kospi (Coreia do Sul): +2,16%
  • ASX 200 (Austrália): +0,18%

Bolsas da Europa

Os mercados europeus registram ganhos, com os investidores buscando se recuperar do pessimismo da semana passada. As atenções estão voltadas para os indicadores regionais de inflação.

Nesta semana, espera-se a divulgação de dados importantes, como o índice de preços ao consumidor do Reino Unido na quarta-feira (20) e o da zona do euro nos próximos dias. Além disso, investidores acompanham discursos de figuras como Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, sobre o futuro das taxas de juros na região.

  • FTSE 100 (Reino Unido): +0,26%
  • DAX (Alemanha): +0,32%
  • CAC 40 (França): +0,16%
  • FTSE MIB (Itália): -0,99%
  • STOXX 600: +0,07%

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