Caso Mariana: MAB e MPF vão recorrer da absolvição de réus

Tragédia em Mariana
Tragédia em Mariana (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Após a Justiça Federal ter decidido absolver a Vale (VALE3), a Samarco e a BHP – réus do caso Mariana – pelo rompimento da barragem, em 2015, o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem) manifestou indignação pela decisão, que avaliou ser uma afronta às vítimas da tragédia. 

Diante do compromisso em buscar justiça, a entidade afirmou que apresentará recursos às instâncias superiores. 

Além disso, o MPF (Ministério Público Federal) também afirmou que contestará a decisão, tomada pelo TRF-6 (Tribunal Regional Federal da 6ª Região), em Belo Horizonte, segundo a Agência Brasil.

“Diante de inúmeros indícios da ciência que as empresas criminosas tinham sobre o risco de rompimento da estrutura e a negligência com que trataram o caso – utilizando-se inclusive de laudo ambiental falso – é um disparate o entendimento de que não há nexo causal entre o crime e os indiciados”, disse a MAB em nota de repúdio.

O caso de Mariana aconteceu no dia 5 de novembro de 2015, quando uma barragem de mineração sob responsabilidade da Vale (VALE3), Samarco e BHP se rompeu, levando à morte de 19 pessoas e ao aborto de uma mulher grávida, que foi resgatada com vida. 

Na ocasião, cerca de 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos escoaram pela Bacia do Rio Doce. Além disso, os impactos foram sentidos por dezenas de cidades até a foz do Rio Doce, no Espírito Santo.

Caso Mariana: Vale (VALE3), Samarco e BHP são absolvidas após 9 anos

A Justiça Federal absolveu as mineradoras Vale (VALE3), Samarco e BHP pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). A decisão acontece após nove anos de um dos maiores desastres ambientais do Brasil.

A deliberação do tribunal baseou-se na “ausência de provas suficientes” para responsabilização criminal direta dos acusados. Embora o desastre em Mariana tenha causado 19 mortes, destruído comunidades e impactado o meio ambiente, a Justiça considerou que não foi possível determinar condutas específicas dos réus.

Em um julgamento paralelo em Londres, iniciado em outubro, foi revelado que a BHP estimava o risco do colapso e os custos associados, mas não implementou simulações de evacuação na região afetada. O MPF (Ministério Público Federal) disse que irá recorrer da decisão da Justiça.

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