Maioria dos brasileiros apoia restrição de celular nas escolas

Um levantamento da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados indica que 86% dos brasileiros são a favor de algum tipo de restrição ao uso de celulares nas escolas. Do total, 54% defendem a proibição completa, enquanto 32% sugerem que os aparelhos sejam permitidos apenas em atividades pedagógicas, com supervisão dos professores. Apenas 14% dos entrevistados se opõem a qualquer tipo de restrição.

A pesquisa ouviu 2.010 pessoas com 16 anos ou mais em todas as 27 unidades da federação, entre 22 e 27 de outubro deste ano. Entre os jovens de 16 a 24 anos, 46% apoiam a proibição total, enquanto 43% preferem o uso limitado. Apenas 11% desse grupo se opõem a qualquer proibição. Nos entrevistados acima de 60 anos, o apoio à restrição é de 32%; entre 25 e 40 anos, 31%; e, entre 41 e 59 anos, 27%, com 58% dessa faixa etária sendo a favor da proibição total.

A renda também influencia a posição sobre o tema: enquanto 67% dos que recebem acima de cinco salários mínimos são favoráveis à proibição total, esse percentual é de 54% na população em geral. Apenas 5% dos mais ricos se opõem à restrição, contra 17% dos que ganham até um salário mínimo.

Celular nas escolas

Marcelo Tokarski, diretor-executivo da Nexus, aponta que a pesquisa reflete uma crescente preocupação com o impacto do uso de celulares nas escolas. “Há uma clara percepção de que algo deve ser feito para conter o uso excessivo desses aparelhos, visando preservar o processo de aprendizagem”, explica.

A psicopedagoga Camila Sampaio, do Instituto Vínculo, apoia a proibição parcial, defendendo o uso do celular exclusivamente como recurso pedagógico, supervisionado pelo professor. “Há aplicativos que podem complementar conteúdos escolares, como realidade aumentada e jogos educativos. Mas o uso excessivo pode prejudicar a atenção, memória e habilidades de comunicação dos estudantes, além de afetar o sono e a socialização”, alerta.

Em paralelo, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que visa limitar o uso de celulares nas escolas. A Comissão de Educação da Câmara aprovou um texto que proíbe o uso de aparelhos por crianças de até 10 anos, permitindo a utilização pedagógica a partir dos 11 anos.

Alesp

Em São Paulo, a Assembleia Legislativa (Alesp) aprovou, no último dia 12, um projeto de lei que restringe o uso de dispositivos eletrônicos em escolas públicas e particulares, exceto em atividades pedagógicas, e também fora das salas de aula, como no recreio. A nova norma aguarda sanção do governador Tarcísio de Freitas e inclui a criação de protocolos para guarda dos aparelhos e a responsabilização dos alunos por eventuais danos ou perdas dos dispositivos.

(Com Agência Brasil).

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