Dólar recupera força e sobe, negociado a R$ 5,78, após cancelamento de leilões do BC

O dólar tinha leve alta frente ao real nesta quarta-feira, recuperando-se das perdas de mais cedo, uma vez que investidores voltavam a assumir posições compradas na divisa norte-americana após o cancelamento de dois leilões de linha pelo Banco Central que valorizavam a moeda brasileira.

Às 12h04, o dólar à vista subia 0,28%, a 5,7897 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,56%, a 5,789 reais na venda.

O BC informou mais cedo que os dois leilões de linha agendados para ocorrer nesta quarta foram cancelados devido a “problemas operacionais”, segundo comunicado da autarquia.

Na véspera, o BC disse que faria dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) nesta quarta-feira, das 10h30 às 10h35, com oferta total de 4 bilhões de dólares.

A autarquia informou mais tarde que ainda realizará os dois leilões de linha com oferta total de 4 bilhões de dólares. O leilão de linha A ocorrerá das 12h15 às 12h20, enquanto o leilão de linha B ocorrerá das 12h35 às 12h40.

Durante o horário marcado para os leilões, o dólar atingiu a mínima da sessão ante o real, a 5,7222 reais (-0,89%), com a expectativa dos investidores de entrada de dólares no mercado de câmbio.

Depois do anúncio do cancelamento, no entanto, a divisa norte-americana se fortaleceu e passou a subir contra o real.

“O mercado está super sensível neste momento, reagindo intensamente a qualquer notícia. Houve uma euforia na abertura gerada pela intervenção do Banco Central, mas ela logo foi desfeita quando o leilão foi cancelado”, Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

No exterior, o cenário também era diferente do observado no início da sessão, com o dólar voltando a subir frente aos seus pares fortes e emergentes, à medida que os mercados continuam avaliando um contexto político favorável à moeda norte-americana.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,32%, a 106,330.

O dólar tem acumulado uma série de ganhos com a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, uma vez que as medidas do republicano, como tarifas comerciais e cortes de impostos, são consideradas inflacionárias por parte de economistas, o que impulsiona a divisa do país ao manter os juros elevados.

Agentes financeiros também digeriam novos dados de inflação ao consumidor dos EUA, que vieram sem surpresas. Em outubro, a alta dos preços ficou em 0,2% na base mensal, em linha com o esperado e mesma marca de setembro.

O resultado fortaleceu a perspectiva de que o Federal Reserve cortará a taxa de juros em 25 pontos-base no próximo mês, com as apostas mostrando chance de 84% de tal movimento.

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