Ibovespa sobe com ata do Copom e varejo no foco; dólar sobe

Ibovespa
Foto: Freepik

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, iniciou o pregão desta terça-feira (12) em queda, mas logo virou para alta, com os investidores reagindo à ata do Copom mais ‘dura’ do que o comunicado da semana passada.

Além disso, o mercado também digere os dados do varejo, que vieram mais fracos do que o esperado pelo consenso.

Por volta das 10h15 (horário de Brasília), o índice apresentava alta de 0,22% aos 128.157,84 pontos.

O dólar comercial, por sua vez, seguia uma performance no mesmo sentido, com avanço de 0,25%, cotado a R$ 5,7696.

Detalhes do que movimenta o Ibovespa

A Ata do Copom (Comitê de Política Monetária) veio com tom mais hawkish, após comunicado avaliado como ‘neutro’ por especialistas. Entre os principais pontos de atenção, destaca-se a enfâse no desafio da estabilização da dívida pública brasileira.

Em relação à inflação de curto prazo, o documento destacou o cenário ‘mais desafiador’ em razão dos preços dos alimentos e do efeito cambial sobre os preços industriais. 

Quanto ao cenário externo, a ata frisou a “conjuntura econômica incerta nos EUA, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed”.

Diante desse cenário, economistas consultados pelo BP Money apostam em outro corte de 0,50 p.p na próxima reunião, em dezembro, com chances de de que o ritmo acelere para 0,75 p.p.

O destaque da ata do Copom em relação aos gastos públicos acontece em meio à espera do mercado pelo anúncio do pacote fiscal, prometido para logo após o segundo turno das eleições.

Na segunda-feira (11) à noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou a inclusão de mais um ministério nas medidas de corte de gastos do governo. Haddad, no entanto, não especificou qual pasta será afetada pela nova diretriz.

Apesar de não revelar detalhes, o ministro indicou que o processo já está avançado e que a inclusão do novo ministério pode ser finalizada em breve, caso haja “boa vontade” por parte dos envolvidos.

Haddad também ressaltou que o debate sobre o pacote de ajuste fiscal com as principais pastas já foi encerrado, afirmando que a proposta não sofreu desidratação, apesar de algumas adaptações terem sido feitas. “Houve ajustes incorporados ao pacote de gastos, mas não chamaria de desidratação”, afirmou o ministro.

Também na manhã desta terça (12), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o crescimento de 0,5% das vendas do varejo em setembro, resultado abaixo do esperado (1,1%).

De acordo com o economista Maykon Douglas, dados não empolgaram, dada a baixa difusão entre os segmentos pesquisados e a expansão bem abaixo do esperado. O varejo mais sensível ao crédito, destaque na margem, tem estado bem volátil nos últimos meses.

“O comércio começa a dar alguns sinais incipientes de moderação, como comentado há pouco na ata do Copom, após o boost visto desde o início do ano. O retorno do ciclo de alta da taxa Selic e o risco de aperto adicional são um freio a essa trajetória”, disse Maykon Douglas.

EUA

Os investidores também ficarão atentos aos discursos de membros do Fed (Federal Reserve), incluindo o governador Christopher Waller e o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, que farão declarações ao longo do dia.

Dow Jones Futuro: -0,14%

S&P 500 Futuro: -0,11%

Nasdaq Futuro: -0,08%

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