Precisamos falar sobre saúde mental na fronteira trinacional

Laço amarelo é o símbolo da campanha desenvolvida, todos os anos, no mês de setembro. Foto: Acervo Freepik (ilustrativa)

No mês de setembro, representantes de instituições e do poder público de Foz do Iguaçu, Puerto Iguazú e cidades paraguaias da fronteira, participaram de uma série de atividades alusivas ao Setembro Amarelo, campanha que tem como foco a prevenção ao suicídio e os cuidados com a saúde mental.

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Na ocasião, foram definidos pontos importantes, como a implantação de um protocolo trinacional de atendimento às pessoas em situação de angústia. É preciso, contudo, que a informação sobre a existência de redes de apoio efetivamente chegue a quem necessita, no tempo correto, para evitar que o pior aconteça.

Casos recentes de suicídios, registrados no Brasil, no Paraguai e na Argentina, reforçam a necessidade de manter o tema da saúde mental sempre em evidência na mídia e nas campanhas de comunicação desenvolvidas pelo poder público.

No final de outubro, duas notícias quase simultâneas, sobre vidas perdidas por autoeliminação, comoveram a população da região, com o falecimento da esposa de um conhecido representante da sociedade de Foz do Iguaçu e a morte de um empresário de Puerto Iguazú, ocorridas em intervalo de menos de 48 horas.

No lado paraguaio, duas tragédias abalaram a região de Ciudad del Este em 2024. No mês de maio, uma jovem viúva, que travava disputas nos tribunais contra a ex-sogra, lançou-se nas águas do Rio Monday com os dois filhos pequenos. Na última sexta-feira (8), por sua vez, veio à tona a notícia de que um homem matou as três filhas no Rio Paraná, após chantagear a ex-companheira pela reconciliação.

Nos parágrafos acima, foram citados casos extremos. Perceba, porém, que a falta de equilíbrio pode ser sentida em momentos banais do cotidiano, como na agressividade excessiva nas redes sociais (ou no trânsito) e nos impactos que isso gera, tanto em quem pratica, como em quem é alvo de tais ações.

O ato de procurar ajuda não deve ser visto com estigmas ou como tabu. Poder público e empresas precisam facilitar o acesso das pessoas a serviços especializados ou a espaços de escuta, pois, em muitos casos, um simples desabafo já é importante para aliviar a angústia e enxergar novas perspectivas.

Para nós que atuamos nos veículos de comunicação, também não é nada fácil lidar com notícias de tragédias e blindar a mente contra comentários cada vez mais impulsivos e agressivos, até criminosos. Afinal, somos humanos. A notícia que lhe entristeceu costuma nos impactar primeiro, no caminho até a publicação.

Em tempo: caso você precise, os voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) oferecem, a qualquer momento do dia ou da noite, apoio gratuito e com anonimato, pelo telefone 188. O endereço na internet é o https://cvv.org.br/.

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Guilherme Wojciechowski é colaborador de Foz do Iguaçu e redige, aos domingos, a edição semanal da Carta ao Leitor.

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