Em plena guerra tarifária, o futuro está na tecnologia e nos setores locais

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A economia tem se tornado cada vez mais volátil e complexa em todo o mundo. Por isso, as políticas protecionistas, implementadas principalmente por questões como as tensões comerciais e as disputas geopolíticas, vêm gerando um efeito dominó, seja na sociedade em geral ou no próprio mercado global. Um dos exemplos mais claros disso é o aumento das tarifas de importação.

Apenas para citar um caso, o Gecex-Camex (Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior) aprovou em abril deste ano a elevação do imposto de mais de 10 tipos de produtos do aço. Dessa forma, itens como bobinas, chapas galvanizadas e fios de aço, que antes tinham alíquotas que variavam entre 9% a 12%, agora estão em 25%.

Esse e outros aumentos, em sua essência, representam um crescimento dos custos de produção, especialmente para empresas que dependem de insumos importados. Setores como o automotivo, o eletrônico e o de bens de consumo são alguns que se baseiam em cadeias de suprimentos gigantescas, então, enfrentam um desafio crítico ao lidar com o encarecimento dos gastos com materiais e componentes. 

Isso sem entrar completamente no mérito do impacto nos consumidores. Obviamente, as companhias repassam esses custos para os preços finais dos produtos, contribuindo com a disparada da inflação e reduzindo o poder de compra da população. 

Ou seja, é uma dinâmica que limita o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, cria um ciclo de estagnação. 

Novas estratégias

Há algumas respostas naturais que já vem ocorrendo ao aumento das tarifas de importação. Talvez as duas principais sejam a relocalização de fornecedores e a priorização de países com acordos comerciais mais favoráveis. 

É claro que essa mudança nas cadeias de suprimentos globais não é uma missão isenta de dificuldades. A realocação dos parceiros de negócios envolve custos logísticos elevados e exige um alto investimento em novas tecnologias e processos para garantir a qualidade e a eficiência dos produtos, disparando ainda mais os gastos com a produção. 

Além disso, esse movimento ainda traz uma série de desafios para os mercados emergentes. São os casos daqueles ligados à infraestrutura das operações e ao aumento da demanda por mão de obra qualificada e capacidade produtiva. 

Oportunidades de crescimento

Mesmo que esse pareça um cenário com mais obstáculos do que chances de prosperar, há luz no fim do túnel. A busca por alternativas locais abre um leque de oportunidades para as empresas nacionais que se dedicam a produzir bens e serviços, principalmente em segmentos com mão de obra mais barata. 

O próprio desenvolvimento de novas tecnologias se torna um enorme diferencial para fomentar a competitividade local. As inovações digitais possibilitam a expansão internacional das organizações, uma vez que contribuem para a elaboração de soluções que atendam às necessidades específicas dos diferentes mercados, incluindo aqueles que estão procurando novas estratégias para se proteger das tarifas de importação.

O mesmo pode-se dizer do investimento em inteligência de mercado. As companhias que conseguirem entender as tendências globais e as demandas atuais dos setores que atuam no comércio internacional podem criar produtos e serviços altamente personalizados, que agregam valor e facilitam a vida dos seus clientes.

Portanto, enquanto parte da indústria enfrenta os impactos negativos dessas mudanças, novas portas se abrem para aqueles que se adaptam e inovam. As implicações econômicas que se estendem para além das fronteiras dos países envolvidos nunca serão drásticas, mas nem por isso os governos e empresas podem se acomodar com os efeitos da globalização.

Todos devem ter um objetivo em comum: equilibrar os interesses nacionais com as realidades do comércio internacional.

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