Ibovespa: dados dos EUA e cenário fiscal no Brasil são destaque

Investimentos/ Foto: CanvaPro/Montagem BP Money

O Ibovespa, na semana entre os dias 23 e 27, foi guiado por indicadores econômicos e pelos pronunciamentos de formuladores de política monetária em todo o mundo. Os próximos pregões — os cinco dias úteis a partir de 30 de setembro — serão marcados por dados do mercado de trabalho nos EUA, especialmente no momento atual.

Agora, o Fed (Federal Reserve), Banco Central dos EUA, está focado em analisar os números de geração de empregos e da taxa de desemprego, um dos pontos de atenção da autoridade monetária, junto à estabilidade da inflação no país.

O PCE (índice de gastos dos consumidores), o indicador de inflação preferido do Fed, reportou dados abaixo do esperado na sexta-feira (27).

Com isso, notícias negativas do mercado de trabalho podem auxiliar o trabalho na reunião que ocorre em novembro. O mercado está dividido entre a tese de que o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) seguirá com o atual ciclo de corte no patamar de 0,25 p.p. (pontos-base) ou se o comitê fará um corte maior.

“As falas das autoridades do Fed começaram essa semana, muitas delas justificando o corte de meio ponto percentual no encontro de 18 de setembro. É possível que essa linha discursiva continue, preconizando o conservadorismo da autoridade monetária ante a sinalização clara de trajetória da taxa de juro”, comentou Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.com.

Na próxima sexta-feira (4), serão divulgados dados do payroll e da taxa de desemprego norte-americano. Antes desses números, vários dirigentes do Fed devem fazer seus pronunciamentos.

Brasil: expectativas se concentram no boletim Focus do dia 30

Após uma semana agitada, as expectativas no Brasil se concentram em dados a serem conhecidos na segunda-feira (30). O BC (Banco Central) divulgará seu tradicional Boletim Focus, com economistas. Possivelmente será atualizanda a deterioração nas expectativas de inflação para 2025 e 2026 e a elevação da projeção da taxa Selic (taxa básica de juros) para 2024 e os próximos dois anos.

Essa piora nas expectativas deve-se à atividade econômica acima do esperado inicialmente e ao mercado de trabalho mais apertado. Além disso, os efeitos da seca nos preços de alimentos e na energia elétrica, a depreciação da moeda ante o dólar e os receios em relação ao quadro fiscal no Brasil.

Como Ibovespa se comportou entre 23 e 27 de setembro

O Ibovespa operou de maneira volátil na semana encerrada em 28 de setembro. O mercado nacional sentiu os efeitos da decisão do Fomc em reduzir os juros em 0,50 p.p. e do Copom em elevar a Selic na semana anterior, gerando a oscilação do mercado.

No Brasil, a agenda foi agitada, especialmente pelos comentários do BC sobre a última decisão de política monetária.

“A ata do Copom e o Relatório Trimestral de Inflação reforçaram o tom mais rígido do comunicado anterior. Esses documentos trouxeram maior clareza sobre o hiato do produto, que foi revisado de 0% para 0,5%, sugerindo que o crescimento atual pode gerar pressões inflacionárias”, comentou o especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, Christian Iarussi.

Outro fator que marcou o Ibovespa durante a semana — afetando especialmente ações ligadas ao minério de ferro — foi o recente anúncio da China.

O principal órgão decisório do Partido Comunista da China, o Politburo, prometeu intensificar o apoio monetário e fiscal no país. Segundo Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank, o anúncio ocorreu “dois dias após o Banco Popular da China (PBoC, banco central chinês) anunciar seu mais agressivo pacote de medidas de estímulo desde a pandemia”.

Ibovespa na semana entre 23 e 27 de setembro

  • Segunda-feira (23): -0,38%
  • Terça-feira (24): +1,22%
  • Quarta-feira (25): -0,43%
  • Quinta-feira (26): +1,08%
  • Sexta-feira (27): -0,21%
  • Semana: +1,27%

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