Aéreas: fundo de socorro do governo para companhias terá R$ 6 bi

Companhias aéreas / Foto: CanvaPro

O socorro financeiro que será concedido às companhias aéreas terá um incremento de recursos de R$ 1 bilhão, identificado pelo governo federal. O Ministério de Portos e Aeroportos estima que esse fundo garantidor de acesso a crédito será de R$ 6 bilhões.

O Congresso Nacional aprovou o uso do fundo pelas aéreas através de lei, sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na semana passada.

Após a sanção, as regras para acessar os recursos serão definidas junto ao CMN (Conselho Monetário Nacional). Será necessário estabelecer a taxa de juros diferenciada, as finalidades específicas e prazos de pagamento, comissões e demais condições.

O governo espera que a viabilização da tomada de financiamento pelas aéreas encerre o que os representantes do setor classificaram com a demanda mais urgente para contornar a crise das companhias que operam no Brasil, segundo a “CNN”.

As empresas poderão acessar linhas de crédito com taxas de juros baixas e com maior prazo de pagamento, através desse fundo garantidor.

Os recursos poderão ser utilizados, dentre outras possibilidades, para quitar dívidas, compra de novas aeronaves ou reforma da frota atual.

Aéreas: apenas fundos podem ‘comprar esse risco’, diz analista

“Só fundos que têm, na sua política discricionária, essa aptidão para comprar esse tipo de risco”, disse o economista da Corano Capital, Bruno Corano, em relação às empresas do setor aéreo.

A afirmação veio após o especialista comentar sobre como os papéis do setor são ativos muito peculiares e específicos de algumas poucas casas. Nesse contexto, recentemente, o Goldman Sachs anunciou que via um potencial de alta de 64% para as ações da aérea Azul (AZUL4).

Contudo, a casa cortou o preço-alvo da companhia de R$ 20,10 para R$ 12,20. A redução é de cerca de 40%.

A Azul detém uma dívida que soma cerca de R$ 28,1 bilhões, de acordo com os dados divulgados no seu balanço do segundo trimestre de 2024.

“Ações de companhias aéreas se tornaram um ativo muito particular e específico de algumas poucas casas. Em geral, não é um produto de aceitação ampla, porque ele é, além de muito volátil, muito suscetível a problemas jurídicos e existenciais”, disse o especialista.

Além disso, Corano acrescentou que as projeções para o terceiro trimestre das aéreas ainda estão em um grau de imprevisibilidade. Isso porque o mercado tem receios de um novo conflito geopolítico, que possa impactar os preços do petróleo e, consequentemente, elevar o custo dos combustíveis.

Mesmo com todos esses fatores, algumas casas de análise aguardam que o prejuízo seja reduzido “porque elas estão tomando ações para que isso aconteça”, disse o analista.

O setor aéreo brasileiro, exceto pela Latam — que tem melhor perspectiva para o setor no Brasil — está passando por uma desvalorização considerável.

Além da Azul, outra companhia que se destaca no segmento é a Gol (GOLL4), que também está enfrentando uma situação delicada. No terceiro trimestre de 2024, a empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 3,9 bilhões.

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