Saiba como investir em dólar sem ter que comprar papel moeda e por onde começar

Guardar dólares embaixo do colchão pode parecer uma estratégia para se proteger contra a desvalorização do real a longo prazo, mas especialistas alertam que armazenar papel moeda não conta como investimento.

“Não gera rendimentos”, diz a chefe de investimentos internacionais da Nomos, Bruna Allemann.

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Para ser considerado um investimento, a compra da moeda norte-americana precisa estar atrelada a rentabilidade. “Quando falamos de investimentos de verdade, estamos pensando em produtos de renda fixa e variável que os brasileiros podem acessar no mercado”, explica a especialista.

“Quando você compra papel moeda, você paga um IOF maior e deixar o dinheiro em papel não é uma aplicação”, concorda o sócio-fundador da Fatorial Investimentos, Jansen Costa.

É possível investir em moeda estrangeira através dos produtos da B3 e também por meio de investimentos no exterior.

“A gente recomenda que todos os investidores tenham uma exposição em investimentos no exterior”, diz o estrategista-chefe da Monte Bravo, Alexandre Mathias, que destaca dois caminhos: criar uma conta de investimentos em uma corretora estrangeira ou aplicar em produtos de investimentos da B3 atrelados a ativos negociados no exterior.

Ao abrir uma conta no exterior, você consegue acesso direto ao mercado de capitais dos Estados Unidos. “Mesmo que existam produtos dolarizados no Brasil, eles ainda estão sujeitos às oscilações do mercado local e ao risco-país”, explica Alleman. “Investir lá fora, direto, ajuda a minimizar esses riscos.”

Produtos disponíveis na B3

Para quem decidir investir através da B3, é possível adquirir pela sua corretora de investimentos de preferência os Brazilian Depositary Receipt (BDR), ou certificados de depósito de valores mobiliários. São papéis que representam ações de empresas e ETFs negociados no mercado estrangeiro.

“Os BDRs oferecem a oportunidade de investir em grandes empresas globais sem a necessidade de abrir conta em corretoras internacionais”, diz o sócio fundador da Septem Capital, Frederico Avril. O investidor poderá ainda gerenciar seus investimentos pelo mesmo canal em que acompanha suas aplicações no Brasil.

Todavia, a opção de investir em BDRs deixa o investidor exposto a riscos associados a situação brasileira. “Mesmo que existam produtos dolarizados no Brasil, eles ainda estão sujeitos às oscilações do mercado local e ao risco-país. Investir lá fora, direto, ajuda a minimizar esses riscos”, diz Allemann.

Outra opção disponível na B3 são os fundos cambiais, um tipo de fundo de investimento que aplicam ao menos 80% dos seu patrimônio em ativos atrelados a moedas estrangeiras.

Produtos disponíveis no exterior

Ao abrir uma conta em uma corretora de fora do país, é possível acessar diretamente os investimentos disponíveis nos Estados Unidos. Bruna Allemann destaca três tipos deles:

  • Renda fixa: aqueles com uma remuneração previsível no momento da aplicação. São exemplos as treasuries (títulos do tesouro estadunidense), certificados de depósito (ou CDs, semelhantes aos CDBs do Brasil) e alguns ETFs.
  • Renda variável: investimentos com maior risco porém maior previsibilidade de ganhos; inclui ETFs, REITs (semelhantes aos fundos imobiliários) e stocks (ações).
  • Mix de investimentos: possível através dos mutual funds, fundos de investimentos administrados por gestoras renomadas como JPMorgan, BlackRock, e Pimco.

O primeiro passo para quem quer acessar estas aplicações diretamente nos Estados Unidos é justamente abrir uma conta em uma corretora. “Você consegue hoje fazer facilmente por uma plataforma, XP, Avenue, BTG, várias fazem esse serviço”, diz Costa.

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