Entrevista: Boca Livre, sempre em movimento da MPB, com a tour do álbum ‘Rasgamundo’

Boca Livre por Leo Aversa
Boca Livre (Foto: Leo Aversa)

O trabalho do conjunto vocal Boca Livre, fundado em 1978, sempre foi marcado pela excelência musical e uma escolha afiada, política, viva e certeira de repertório, como o do último álbum, “Rasgamundo”, lançado em maio deste ano, com curadoria de Marcus Preto que trouxe o grupo aos dias atuais, interpretando Tim Bernardes, Los Hermanos, Nando Reis, Guilherme Arantes, Zeca Baleiro, Márcio Borges e Erasmo Carlos. Esta é a base do repertório que eles apresentam no sábado (28), às 20h, no Cine-Theatro Central. Craque faz assim, e os vocalistas deram uma entrevista à Tribuna de Minas, contando mais sobre o encontro com Marcus Preto, que deve se repetir, as parcerias, inclusive a póstuma, com Erasmo Carlos, o envolvimento com Juiz de Fora e a música de Tavinho Moura, sempre no setlist, e os grupos vocais que andam fazendo a cabeça desses gênios da harmonia, como “Home Free” e “The Four Freshmen”.

Tribuna: Em “Rasgamundo”, foi a primeira vez que vocês trabalharam com Marcus Preto? Como foi a troca com ele, e quais as colaborações que ele trouxe ao álbum e ao grupo?

Lourenço Baeta: Sim, foi a primeira vez – espero que de muitas – que trabalhamos juntos. Marcus é um diretor artístico e produtor musical muito experiente e deu muitas sugestões e ideias para o novo álbum. Por exemplo: incentivou a gravação das músicas autorais, sugeriu a canção do Tim Bernardes, mandou uma linda do Guilherme Arantes e trouxe uma letra inédita do Erasmo Carlos. Enfim, foi super importante para essa nova fase do grupo. É um cara vibrante, positivo, que gosta de música e junta as pessoas. Um ótimo encontro.

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A capa do último álbum, “Rasgamundo”

Como foram as parcerias com Guilherme Arantes, Zeca Baleiro, Márcio Borges e Erasmo Carlos no álbum? Foi a primeira vez que colaboraram? Essas parcerias ampliaram o público de vocês?

David Tygel: Ótima a pergunta sobre parcerias. Sempre foram determinantes para a história do repertório do Boca, claro, que além das canções compostas pelos próprios integrantes do grupo. Elas ampliam não só o alcance do nosso público, mas também, de uma certa maneira, a linguagem musical a que estamos acostumados, novas melodias, novas harmonias e novas letras, nos fazendo e nos permitindo acompanhar o mundo sempre em movimento da MPB, que é muito rico. No caso dos compositores citados, Guilherme Arantes, Márcio Borges, Zeca Baleiro e Erasmo Carlos (uma parceria surpreendente post mortem), certamente ficamos mais fortes e potentes.

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Boca Livre (Foto: Leo Aversa)

Vocês já se apresentaram muitas vezes em Juiz de Fora? Têm histórias com a cidade, conhecem músicos daqui? Zé Renato, volta e meia, passa por aqui, que acompanho. Antes da pandemia, o vi com o trio Amaranto, no Teatro Solar.

Zé Renato:Eu já estive em Juiz de Fora algumas vezes, com o Boca Livre, mas também com a Banda Zil. Me apresentei nesse show citado por você com o Trio Amaranto. Já fui algumas vezes sozinho também. No início da minha história, bem no início, eu me lembro de ter me apresentado num festival de música que teve em Juiz de Fora. E temos uma afinidade com a cidade. Conhecemos alguns compositores que são nascidos em Juiz de Fora. Tavinho Moura, por exemplo, que é um compositor que sempre o Boca Livre mantém no repertório músicas do Tavinho, como “Cruzada”, que está há muito tempo no nosso roteiro, que já foi gravada por nós, e cantamos sempre nos shows. Então, Juiz de Fora é uma cidade que, para nós, tem um público que sempre nos recebeu muito bem. Já estivemos no Cine-Theatro Central, onde a gente vai se apresentar agora. E o público é muito bom, muito bacana, muito interessado em música, muito ligado em música. Juiz de Fora tem um público muito interessado em música e tem essa conexão com a música que a gente faz. Só para completar a resposta, agora lembrei que foi no Pró Música, o festival. E eu tive com Cláudio Nucci também, em Juiz de Fora.

Além do trio Amaranto, vocês acompanham outros grupos vocais? Eu conheci, recentemente, o Ordinarius, por causa do álbum cantando Pixinguinha. Adoro arranjos de vozes. Além das canções do último álbum, quais canções o público da cidade pode esperar no espetáculo?

Maurício Maestro: Em Juiz de Fora, conheci o trio vocal “Trieto”, formado pelas irmãs Thelma, Lisieux e Suely Costa. Isso foi nos idos de 1967, durante o Festival de Juiz de Fora, onde estava com o grupo vocal Momento Quatro e Joyce, cantando Litoral, de Toninho Horta e Ronaldo Bastos. Tenho acompanhado, mais recentemente, grupos vocais fora do Brasil, como por exemplo o “Home Free”, e estou reouvindo “The Four Freshmen”.

Serviço:

Boca Livre Tour Rasgamundo

No sábado (28), às 20h

No Cine Theatro Central (Praça João Pessoa, Centro)

Ingressos no Ingresso Digital

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