Espécie de dama-da-noite (Myrtus), a murta, acaba de ser proibida; veja motivos

No mês de agosto, os deputados estaduais de Mato Grosso do Sul aprovaram um projeto de lei que proíbe o plantio, comércio, transporte e produção de murta em todo o estado.

A murta, uma planta exótica da família da dama-da-noite, é conhecida por seu perfume agradável, mas também por seu potencial prejudicial às plantações de cítricos, essenciais para a economia local.

Com essa medida, o governo busca proteger a citricultura em expansão no estado, evitando a disseminação de uma das doenças mais destrutivas para esses cultivos.

A decisão foi baseada em estudos que mostram que a murta é hospedeira da bactéria causadora do huanglongbing (HLB), também conhecida como greening.

Essa doença ataca todos os tipos de cítricos e, até o momento, não há tratamento eficaz para as plantas afetadas.

Diante do risco que tal planta representa para a citricultura, o governo estadual considerou a proibição como uma medida necessária para fortalecer a fruticultura local e atrair novos investimentos para o setor.

Espécie é ponte para bactéria huanglongbing (HLB) – Imagem: Manfred Ruckszio/Shutterstock

Impacto da proibição na economia e agricultura

A citricultura é uma atividade em crescimento no Mato Grosso do Sul, e a diversificação agrícola tem sido uma prioridade para o governo.

A restrição ao plantio da murta é vista como uma forma de criar um ambiente mais seguro para os cultivos cítricos, evitando a disseminação de doenças que poderiam comprometer a produção.

Além disso, a medida visa incentivar a geração de emprego e renda, ao proteger um setor que tem grande potencial de desenvolvimento.

A proibição também terá impacto sobre o comércio de plantas ornamentais, uma vez que a murta era popular devido ao seu aroma similar ao da dama-da-noite.

Contudo, os vendedores de plantas ornamentais já estão se adaptando à nova legislação, oferecendo alternativas para os clientes que buscam plantas de fácil manejo e visual atraente.

Alternativas à murta e adaptação do comércio

Embora a proibição da murta possa inicialmente parecer um desafio para os comerciantes de plantas, muitos estão confiantes de que há outras espécies que podem substituí-la.

Plantas como a quaresmeira, samambaia e mini-ipês de jardim são apontadas como excelentes alternativas, não só por sua beleza, mas também pela facilidade de cultivo.

Tais opções permitem que os vendedores continuem a oferecer uma variedade atrativa de plantas para seus clientes, sem comprometer a segurança da citricultura local.

Josiana, uma vendedora com 25 anos de experiência, acredita que o mercado se adaptará rapidamente às mudanças.

Ela destaca que há muitas outras opções de plantas bonitas que podem ser oferecidas, garantindo que os clientes tenham alternativas para enfeitar seus quintais e jardins.

Medidas futuras e fiscalização

Com a aprovação do projeto de lei, cabe agora à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) implementar as regras necessárias para a erradicação da murta no estado.

Isso inclui a criação de um plano de supressão e substituição das plantas, especialmente em áreas próximas aos cultivos cítricos comerciais.

A fiscalização rigorosa será essencial para garantir que a lei seja cumprida, protegendo assim a economia agrícola do estado e promovendo um ambiente mais seguro para o desenvolvimento da fruticultura.

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