O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), negou que tenha tratado das alterações no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
A autarquia é contrária às mudanças, segundo apurou o Valor Econômico, com fontes que pediram anonimato. As novas medidas, que impactam diretamente operações de crédito e câmbio, geraram reações negativas por parte de corretoras de câmbio e entidades representativas do setor financeiro.
Mais cedo, em entrevista coletiva convocada para detalhar as mudanças, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que Haddad e Galípolo haviam conversado sobre as alterações antes do anúncio oficial, feito nesta quinta-feira (22).
“O ministro Haddad tratou com o presidente do BC sobre esse tema [aumento do IOF]”, disse Durigan, por volta das 18h39 (horário de Brasília), ao ser questionado durante a coletiva.
No entanto, cerca de duas horas depois, às 20h20, Haddad usou seu perfil na rede social X (antigo Twitter) para desmentir a fala do secretário. “Sobre as medidas fiscais anunciadas, esclareço que nenhuma delas foi negociada com o BC”, escreveu o ministro.
BC indica mudança nas operações de contratos de swap cambial
O BC (Banco Central) anunciou, na segunda-feira (19), que as operações com contratos de swap cambial não serão mais realizadas pelo Demab (Departamento de Operações do Mercado Aberto), mas sim pelo Depin (Departamento das Reservas Internacionais). A mudança, segundo profissionais ouvidos pelo Valor Econômico, deve trazer pouca alteração prática em relação ao modelo anterior.
Com o novo sistema, os contratos de swap cambial passam a ser organizados em lotes múltiplos de 100, eliminando os chamados “números quebrados”. No vencimento de julho, por exemplo, a rolagem prevista era de 499.530 contratos. Com a mudança, esse número terá de ser arredondado para 499.500 ou 499.600 contratos — decisão que caberá ao BC, conforme sua estratégia operacional.
Durante um período de transição, até que todos os estoques estejam ajustados aos múltiplos de 100, a rolagem total dos contratos vincendos de cada mês não será possível. Isso ocorre porque os lotes atuais ainda têm números fracionados.
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