A Apple pode permitir que usuários do iPhone na União Europeia substituam a Siri por assistentes de inteligência artificial como o Google Gemini ou o ChatGPT. A informação surge em meio às dificuldades da empresa em modernizar a Siri e enfrentar a concorrência crescente no setor de IA.

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PRESSÃO REGULATÓRIA NA UE
A mudança estaria sendo considerada especificamente para o mercado europeu, onde a Apple vem sofrendo crescente pressão por práticas consideradas anticompetitivas. Depois de já ter sido multada por obrigar usuários a utilizarem sua própria App Store, a gigante de Cupertino agora se vê pressionada a flexibilizar o uso de seu assistente de voz.
O plano, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, envolveria alterações no sistema operacional do iPhone, permitindo que usuários escolham outro assistente como padrão em vez da Siri. A mudança poderia estrear ainda em uma futura versão do iOS, possivelmente o iOS 19.
A CRISE DA SIRI
A Siri, lançada em 2011, enfrenta críticas por não acompanhar a evolução dos rivais. Com a popularização de ferramentas como ChatGPT e Google Gemini, a assistente da Apple se tornou sinônimo de limitações. Atualmente, mesmo em iPhones compatíveis com a Apple Intelligence (como os modelos 15 Pro e superiores), a Siri frequentemente redireciona perguntas para o ChatGPT por não ter respostas próprias.

Executivos da Apple admitem a defasagem. Um integrante da equipe de IA da empresa chegou a declarar: “Isto é uma crise… A Siri está afundando há muito tempo.” Já Eddy Cue, vice-presidente sênior de serviços da Apple, foi além: “A IA pode fazer com a Apple o que o iPhone fez com a Nokia.”
RETARDATÁRIA NA CORRIDA DA IA
Enquanto o Google já integrou o Gemini a diversos serviços e a Samsung avança com o Galaxy AI, a Apple ainda não conseguiu implementar as melhorias prometidas. O pacote de novidades da Apple Intelligence, previsto para março de 2025 com o iOS 18.4, teve seu lançamento adiado indefinidamente.
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Para analistas, a abordagem conservadora da empresa pode estar custando caro. Em uma recente audiência judicial, Eddy Cue admitiu que, pela primeira vez em 22 anos, o número de buscas feitas no Google via dispositivos Apple caiu. O motivo? Usuários estão migrando para assistentes de IA como fonte de informação.
UMA ESCOLHA AMARGA
Permitir a substituição da Siri por outros assistentes não seria apenas uma concessão aos reguladores. Seria também, na visão de alguns analistas, uma admissão de que a Apple perdeu o timing da revolução da IA. Ainda assim, isso pode representar uma vitória estratégica: manter os clientes satisfeitos com liberdade de escolha enquanto a empresa trabalha em melhorias mais robustas para sua IA.
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COMPETIÇÃO COM ANDROID
A proposta também revela o contraste com o Android, que há anos permite a escolha de diferentes assistentes, como Alexa ou o próprio Gemini. Com a IA ganhando protagonismo no cotidiano, o assistente virtual passou de coadjuvante a diferencial de mercado.
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Se a Apple não reagir rápido, pode perder espaço entre os usuários menos fiéis à marca – justamente os que estão mais atentos à inovação e à eficiência das ferramentas baseadas em IA.

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Fonte: Bloomberg