Trump propõe uso de carvão para alimentar data centers de IA

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O presidente Donald Trump quer recuperar a indústria do carvão nos Estados Unidos impulsionando seu uso como fonte de energia para data centers voltados à inteligência artificial (IA). Em abril, Trump assinou uma ordem executiva determinando que seu gabinete identifique regiões do país com infraestrutura movida a carvão disponível e avalie a possibilidade de expansão dessa estrutura para atender à crescente demanda energética do setor de tecnologia.

A proposta tem como alvo os grandes centros de dados que empresas como Google, Microsoft e Amazon vêm construindo para treinar e operar sistemas de IA, cuja demanda energética disparou nos últimos anos. Em discursos recentes, Trump tem defendido o carvão como fonte de energia confiável para esse tipo de operação. Durante o Fórum Econômico Mundial, em janeiro, afirmou que usinas de energia para IA poderiam ser aprovadas por meio de uma declaração de emergência. “Eles podem abastecer [os data centers] com o que quiserem e podem ter carvão como reserva — carvão bom e limpo”, declarou.

A proposta, no entanto, entra em choque com os compromissos ambientais assumidos por diversas empresas de tecnologia, que têm investido bilhões de dólares em fontes renováveis e, mais recentemente, na energia nuclear. O objetivo é atender à crescente demanda por eletricidade sem ampliar as emissões de gases de efeito estufa. De acordo com a Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA), o carvão é uma das fontes de energia mais poluentes do país, com emissão de dióxido de carbono superior a qualquer outra, exceto o petróleo.

Trump: possível tábua de salvação

Ainda assim, o movimento de Trump pode representar uma possível tábua de salvação para a combalida indústria do carvão. Nos últimos anos, o setor tem enfrentado queda acelerada na demanda, impulsionada pelo fechamento de usinas a carvão e pela transição energética. Em 2001, o carvão respondia por 51% da geração elétrica nos EUA; em 2023, essa participação caiu para 16%, segundo a EIA.

Para os defensores do setor, a adoção do carvão como fonte de energia de reserva para data centers poderia estabilizar a indústria e manter empregos em regiões dependentes da mineração. No entanto, especialistas alertam que o uso de combustíveis fósseis em larga escala pode comprometer metas climáticas e compromissos internacionais de descarbonização.

Enquanto o debate avança, cresce a tensão entre os interesses energéticos e industriais do governo Trump e os compromissos ambientais do setor privado, em um cenário em que a inteligência artificial se torna cada vez mais central para a competitividade econômica global.

(Com Agências Internacionais).

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