Startup economiza mais de R$ 2 bi com IA para empresas do setor financeiro

Danilo Curti, cofundador e Diretor de Operações da Evollo/Foto: Divulgação

A startup Evollo vem gerando economias de mais de R$ 2 bilhões para empresas do setor financeiro ao transformar speech analytics em inteligência prática e acionável.

Na prática, com um único e simples comando, bancos, fintechs e escritórios de cobrança conseguem acessar insights personalizados e automatizar decisões que antes exigiam a atuação de múltiplas áreas. Isso tem elevado a eficiência operacional em até 30% e o NPS em 40% — com impacto direto na redução da inadimplência, na concessão de crédito e na experiência do usuário.

A Evollo surgiu da convicção de que é preciso ouvir o cliente de verdade. “As organizações tinham dados, mas não escutavam de fato. E, mesmo quando ouviam, não sabiam o que fazer com aquilo”, disse ao BP Money Danilo Curti, cofundador e Diretor de Operações da Evollo.

“Fundamos a Evollo para mudar esse cenário: para transformar cada contato, cada palavra, cada comportamento do cliente em insumo estratégico. Começamos analisando interações humanas, mas rapidamente expandimos para um olhar mais amplo sobre jornadas, ações e comportamentos”, explicou.

Para detalhar o funcionamento das operações, o executivo explicou ao BP Money como atua a companhia e qual o cenário futuro da análise de dados no setor financeiro.

Confira a entrevista na íntegra:

Como a Evollo transforma grandes volumes de dados em inteligência acionável para o setor financeiro?

A Evollo processa milhões de interações entre clientes e empresas — como ligações, chats, e-mails, protocolos, pesquisas e navegação em canais digitais — e interpreta esses dados em tempo real. Não observamos apenas as palavras, mas também intenções, sentimentos, frustrações recorrentes, falhas de processo e oportunidades de encantamento. Por exemplo, conseguimos identificar:

  • Quais palavras ou abordagens geram mais aceitação ou rejeição;
  • Em que ponto da conversa os clientes desistem ou se irritam;
  • Onde os scripts estão desconectados da realidade do cliente;
  • Quais comportamentos (ex: cliques, transferências, canais acessados) indicam fricções silenciosas.

Tudo isso é traduzido em recomendações práticas: mudar a ordem da abordagem, revisar termos que causam rejeição, ajustar o momento e o canal de contato ou até antecipar um problema com base no comportamento do cliente.

Quais são os principais desafios que vocês enxergam hoje no mercado financeiro e como a plataforma da Evollo ajuda a enfrentá-los?

Um dos grandes desafios é que as instituições falam em personalização, mas ainda operam em massa. Elas possuem dados sobre os clientes, mas não escutam os sinais que eles já dão — seja por palavras ou ações. A Evollo resolve isso ao oferecer visibilidade clara sobre:

  • Qual abordagem funciona melhor para cada perfil;
  • Onde ocorrem as fricções e por quê;
  • Como ajustar o tom, a sequência ou o canal de atendimento.

Por exemplo, identificamos que, em determinada operação, o uso da palavra “cancelamento” no início da retenção gerava 40% mais rejeição do que quando o agente começava com uma escuta ativa e só depois falava sobre alternativas. Em outro caso, observamos um canal digital no qual 23% dos clientes tentavam resolver algo considerado “autoatendimento” — mas o fluxo tinha três quebras escondidas. A Evollo mostra esses pontos em detalhe e propõe mudanças com base em dados concretos.

Vocês falam em entregar recomendações práticas com cálculo de ROI. Pode dar um exemplo prático de como isso tem impactado os clientes?

Sim. Em uma operação de renegociação, a Evollo identificou que os scripts de abordagem estavam sendo aplicados de forma idêntica para todos os clientes — mesmo quando o histórico indicava alta propensão à regularização espontânea. Recomendamos segmentar os perfis e usar scripts distintos: um mais consultivo para quem já demonstrava intenção, e outro mais persuasivo para os casos críticos. Essa simples mudança, aplicada em um piloto de 30 dias, aumentou a conversão em 17% e reduziu o tempo médio de interação em 22%.

O mais interessante é que apresentamos isso com clareza: qual parte do script estava travando, quanto valia resolver e como testar rapidamente. Isso muda a dinâmica da operação — ela deixa de operar no “achismo” e passa para uma experimentação orientada por dados.

Como a Evollo utiliza IA generativa e automação para gerar autonomia e agilidade nos processos das instituições financeiras?

Nossa IA é treinada para analisar interações como um analista experiente: identifica padrões, contextualiza sentimentos e conecta tudo isso a eventos operacionais. A diferença é que ela faz isso em escala massiva e em tempo real.

Além disso, automatizamos a geração de relatórios, apresentações, planos de ação e até hipóteses exploratórias. O gestor não precisa mais esperar três semanas por uma análise sobre “por que aumentaram os cancelamentos”. Ele acessa a plataforma e já encontra a explicação, com falas reais dos clientes, gatilhos mapeados e sugestões como: “rever abordagem do time X, ajustar canal Y, mudar o momento do contato Z”.

A Evollo devolve tempo e controle para quem está na ponta.

Os resultados com alguns clientes são impressionantes. Que fatores contribuem para esse desempenho?

O principal fator é que não tratamos as interações como “dados operacionais”. Para nós, cada contato é uma evidência. O cliente está dizendo algo — mesmo quando não fala diretamente. A Evollo capta essa mensagem e a traduz em plano de ação. Com isso, conseguimos:

  • Reduzir reincidências com ajustes simples de orientação;
  • Diminuir reclamações regulatórias com mudanças no tom e no timing;
  • Aumentar conversões ao ajustar a abordagem ao perfil e ao histórico;
  • Identificar demandas latentes antes que virem problemas.

O segredo está na escuta profunda, no diagnóstico cirúrgico e na ação prática. E isso se traduz em resultado.

Como vocês enxergam o futuro da análise de dados no setor financeiro e qual o papel da Evollo nesse cenário?

O futuro da análise de dados será cada vez menos sobre “monitorar” e cada vez mais sobre “interpretar e agir”. Quem souber ouvir o cliente — em todos os canais, comportamentos e contextos — e transformar isso em estratégia, vai liderar.

A Evollo está construindo esse futuro. Um futuro em que as decisões são baseadas em escuta inteligente, onde as áreas operacionais têm autonomia para agir com agilidade e onde a personalização acontece de verdade — não com base em demografia, mas em comportamento e intenção.

Nosso papel é garantir que o cliente seja ouvido com profundidade — e que cada decisão empresarial reflita essa escuta.

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