
O protagonismo das tarifas de importação dos EUA deve continuar ofuscando os indicadores econômicos que serão divulgados no país. Muitos dos dados publicados entre os dias 11 e 16 de maio refletem uma situação anterior ao chamado “Dia da Libertação” de 2 de abril, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas mínimas de 10% sobre produtos exportados por outros países para os Estados Unidos.
O foco desta semana estará nos indicadores que afetam estatais e ativos financeiros, com os indicadores antecedentes de empresas e consumidores ganhando maior destaque que o habitual, assim como os pronunciamentos de autoridades de Bancos Centrais (BCs) sobre os próximos passos da política monetária, principalmente nos EUA.
Após a decisão de manter a taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,5% na última quarta-feira (7) e a tradicional coletiva de imprensa, os olhos se voltam para Washington nesta semana.
“Até o momento, e reforçado por Powell na entrevista pós-decisão, o Fed está em compasso de espera, aguardando para entender os efeitos das tarifas de Trump na inflação e no mercado de trabalho — os dois principais objetivos da política monetária do Fed”, comentou Leandro Manzoni, analista de economia da Investing.
Entre os indicadores que podem movimentar o Ibovespa estão a inflação e os dados de confiança do consumidor nos EUA, divulgados no meio da semana.
No Brasil, após o aumento da Selic (taxa básica de juros) e a surpresa com a produção industrial de março, que acelerou e superou as estimativas na quarta-feira, há mais um fator que pode pressionar por um possível ajuste residual na taxa de juros em junho. “A ata do Copom pode trazer uma melhor compreensão no trecho do comunicado que menciona ‘cautela adicional na condução da política monetária’”, acrescentou o analista.
No radar corporativo, a temporada de balanços segue, com destaque para os resultados da Petrobras (PETR4) e o anúncio do volume de dividendos a serem distribuídos.
Como o mercado se comportou entre 5 e 9 de maio
A semana econômica no Brasil foi marcada por um novo aperto monetário e pela confirmação de que a inflação segue fora da meta e movimentou o Ibovespa. O IPCA de abril subiu 0,43%, menos que em março, mas ainda elevado para os padrões do BC (Banco Central), que opera sob o novo regime de metas contínuas.
Com a inflação anualizada em 5,53%, o Brasil completa quatro meses fora do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%) — e o próprio BC já admite que a meta será oficialmente descumprida em junho. “Esse contexto exigiu uma resposta dura da política monetária”, comentou Theo Braga, CEO da SME The New Economy.
No exterior, a manutenção da taxa de juros pelo Fed (Federal Reserve) entre 4,25% e 4,50% pela terceira reunião consecutiva reforça o momento de cautela da autoridade monetária diante de um cenário cada vez mais complexo.
“Apesar das pressões do presidente Donald Trump por cortes e da retórica agressiva contra Jerome Powell, o presidente do Fed deixou claro que a política monetária não será pautada por influências políticas, mas sim pelos dados”, afirmou Braga.
Ibovespa na semana
- Segunda-feira (5): -1,22%
- Terça-feira (6): +0,02%
- Quarta-feira (7): -0,09%
- Quinta-feira (8): +2,12%
- Sexta-feira (9): +0,21%
- Semana: +1,02%
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