Conhecido por transformar sua filosofia de investimento em uma lenda viva de Wall Street, Warren Buffett, aos 94 anos, comunicou no fim de semana que está deixando o comando da Berkshire Hathaway, conglomerado que liderou por décadas e que se tornou um ícone do mercado financeiro global.
Sob sua liderança, a Berkshire evoluiu de uma empresa têxtil quase falida para um império multissetorial avaliado em centenas de bilhões de dólares, atuando como uma espécie de fundo de investimentos de longo prazo.
No pré-mercado desta segunda-feira, as ações da companhia registravam queda de 1,78% em Nova York, em meio à reação do mercado à transição de liderança.
Buffett, apelidado de “Oráculo de Omaha”, construiu sua fama com uma abordagem disciplinada: investir em negócios sólidos, com lucros consistentes, gestão confiável e boa posição de mercado — desde que as ações estivessem sendo negociadas a preços atrativos. “Compre empresas boas por preços justos” tornou-se, na prática, seu mantra.
Embora pareça simples, essa estratégia é raramente aplicada com sucesso. De fato, estudos da S&P Global revelam que a maioria dos fundos de ações costuma ter desempenho inferior ao dos principais índices de referência.
O sucesso de Buffett, portanto, não foi apenas resultado de uma fórmula racional, mas de uma execução extraordinariamente constante ao longo do tempo.
Buffett supera mercado em 2025 e deixa sucessor com desafio à altura
Mesmo às vésperas de sua saída da liderança da Berkshire Hathaway, Warren Buffett segue desafiando o mercado. Em 2025, as ações da companhia acumulam alta de 19,9%, em contraste com a queda de 3% registrada pelo S&P 500 no mesmo período.
E esse desempenho não é pontual: nos últimos cinco anos, a valorização da Berkshire foi de 195,5%, superando com folga os 100% do principal índice da bolsa americana.
Esses números reforçam a singularidade de Buffett como investidor. Com sua saída anunciada, todas as atenções se voltam agora para Greg Abel, apontado como seu sucessor.
A grande questão que paira no mercado é se Abel conseguirá manter o legado e aplicar, com a mesma disciplina, o método que tornou Buffett uma lenda viva do capitalismo moderno.
Enquanto isso, o humor dos mercados globais começa a semana sob pressão. Os índices futuros dos EUA operam em queda nesta segunda-feira, diante de novas críticas do presidente Donald Trump ao Federal Reserve.
O banco central americano se reúne na quarta-feira e, embora a expectativa majoritária seja pela manutenção dos juros, a decisão está cercada de incertezas.
De um lado, indicadores recentes mostram uma desaceleração da economia dos EUA, aprofundada pelas tensões comerciais provocadas por Trump.
De outro, o mercado de trabalho permanece aquecido — um fator que mantém a inflação resistente e pode sustentar a política monetária mais rígida por mais tempo.
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