
As bolsas internacionais operam de forma mista no pré-mercado desta quarta-feira (30), refletindo dados econômicos relevantes e o impacto contínuo das tensões geopolíticas.
Na China, o PMI industrial oficial apresentou, em abril, sua maior retração desde dezembro de 2023, evidenciando os efeitos negativos da guerra comercial sobre a economia do país.
Nos EUA, a agenda do dia é carregada e pode mexer com as expectativas de política monetária. Serão divulgados a pesquisa ADP sobre criação de empregos no setor privado, a prévia do PIB do primeiro trimestre, dados do índice PCE (referência de inflação) e os balanços financeiros de gigantes como Microsoft e Meta.
Já Apple e Amazon só divulgam seus resultados amanhã, feriado de 1º de Maio no Brasil, quando os mercados locais estarão fechados, mas Wall Street abrirá normalmente.
No Brasil, a quarta-feira também promete ser movimentada no front econômico. Serão divulgados os dados de desemprego do IBGE, os números do Caged referentes a março e o resultado fiscal do mesmo mês — todos relevantes para as projeções sobre os próximos passos do Copom.
No setor corporativo, repercute o relatório de produção e vendas da Petrobras, divulgado na véspera, após o fechamento do mercado. Entre os balanços previstos para hoje, destacam-se Weg e Santander, antes da abertura. Além disso, o diretor do BC, Gabriel Galípolo, participa de um evento às 9h15.
No cenário político norte-americano, Donald Trump voltou a criticar o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
Apesar de afirmar que pretende manter um tom respeitoso, declarou que entende mais de juros do que o chefe do Fed. O ex-presidente mencionou ainda a queda nos preços de itens como energia, ovos, hipotecas e medicamentos.
Ontem, o mercado reagiu à divulgação do relatório JOLTS, que mostrou um arrefecimento na demanda por mão de obra, e à queda da confiança do consumidor em abril.
Esses sinais foram interpretados como possíveis gatilhos para uma antecipação nos cortes de juros pelo Fed, talvez já em junho. Caso o relatório ADP de hoje também mostre desaceleração na geração de empregos, e o payroll de sexta-feira confirme o enfraquecimento do mercado de trabalho, as apostas nesse sentido tendem a se fortalecer.
EUA
Na manhã desta quarta-feira (30), os índices futuros de Wall Street recuam após uma sequência de seis altas consecutivas nas bolsas americanas.
Os contratos ligados ao S&P 500 e ao Nasdaq 100 operam no vermelho, enquanto o Dow Jones apresenta leves oscilações. Um dos destaques negativos do pré-mercado é a Super Micro Computer, cujas ações desabaram 15% nas negociações estendidas, antecipando os resultados de grandes companhias de tecnologia como Microsoft e Meta.
Na véspera, o otimismo tomou conta dos mercados após declarações do Secretário do Comércio, Howard Lutnick, à CNBC. Ele sinalizou que os Estados Unidos devem anunciar em breve um novo acordo comercial, embora não tenha revelado com qual país. Isso contribuiu para o impulso positivo dos principais índices americanos na terça-feira.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: -0,2%
S&P 500 Futuro: -0,22%
Nasdaq Futuro: -0,34%
Bolsas asiáticas
No cenário asiático, as bolsas fecharam sem direção única nesta madrugada. Segundo veículos internacionais, os investidores acompanharam atentamente a divulgação de dados econômicos mistos e especulações sobre tratativas comerciais entre os EUA e países como Coreia do Sul e Japão.
Em Tóquio, teve início hoje a reunião de política monetária do Banco do Japão (BoJ). Já na China, os dados do setor industrial vieram abaixo do esperado, pressionando o índice de Xangai. Em contraste, Shenzhen teve desempenho positivo, alinhando-se ao movimento de alta visto em Nova York no dia anterior.
Shanghai SE (China), +0,69%
Nikkei (Japão): +0,57%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,51%
Kospi (Coreia do Sul): -0,34%
ASX 200 (Austrália): +0,64%
Bolsas europeias
Na Europa, o índice Stoxx 600 avança 0,4%, puxado por fortes desempenhos do setor bancário. As ações do UBS Group AG registraram alta após a divulgação de um lucro trimestral acima das projeções, impulsionado pela volatilidade do mercado, que favoreceu os ganhos com negociações.
O francês Société Générale também teve forte valorização, com alta de 5%, sustentada por maior atividade nos mercados de ações. Na frente macroeconômica, a economia alemã apresentou crescimento de 0,2% no primeiro trimestre, em linha com as expectativas dos analistas.
STOXX 600: +0,14%
DAX (Alemanha): +0,43%
FTSE 100 (Reino Unido): -0,07%
CAC 40 (França): +0,03%
FTSE MIB (Itália): -0,59%
Agenda do dia
Indicadores
▪️ 06h00 – Zona do euro: PIB/1TRI
▪️ 08h30 – BC: resultado consolidado do setor público em março e nota à imprensa sobre política monetária e operações de crédito
▪️ 09h00 – Alemanha: CPI preliminar de abril
▪️ 09h00 – IBGE: Pnad Contínua de março
▪️ 09h15 – EUA: pesquisa ADP de emprego no setor privado em abril
▪️ 09h30 – EUA: primeira prévia do PIB/1TRI
▪️ 09h30 – EUA: Tesouro anuncia plano de refinanciamento
▪️ 10h45 – EUA: Índice ISM de atividade do setor industrial de Chicago em abril
▪️ 11h00 – EUA/PCE: inflação mensal de março
▪️ 11h30 – EUA/DoE: estoques semanais de petróleo
▪️ 14h30 – BC: Fluxo cambial semanal
▪️ 14h30 – MTE: Caged de março
▪️ 15h00 – Colômbia: BC decide juro
Eventos
▪️ 09h15 – Galípolo participa da abertura do Lift Day 2025
Balanços
▪️ NY/ depois do fechamento: Meta e Microsoft
▪️ Brasil/ antes da abertura: Santander e Weg
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