
A Tesla (TSLA34) apresentou uma queda de 39% no lucro líquido no primeiro trimestre de 2025, somando US$ 934 milhões.
O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que previam um lucro ajustado por ação de US$ 0,41. A companhia registrou lucro ajustado por ação de US$ 0,27, refletindo a dificuldade em atender às previsões do mercado.
William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue ponderou que, embora a Tesla tenha decepcionado nos números, a expectativa em relação aos desenvolvimentos na produção do robotáxi e de robôs humanoides, aliada à notícia de que Musk reduzirá seu tempo à frente do Departamento de Eficiência do Governo Americano (DOGE) deve “repercutir positivamente nas ações”.
A receita total da empresa também apresentou uma redução de 9%, ficando em US$ 19,3 bilhões, impactada principalmente pela queda de 20% nas vendas de veículos, que representam a maior parte dos negócios da Tesla.
Em seu balanço, a empresa apontou que “a incerteza nos mercados automotivo e de energia continua aumentando à medida que a política comercial em rápida evolução impacta negativamente a cadeia de suprimentos global e a estrutura de custos da Tesla e de nossos pares.”
Além disso, o lucro diluído atribuído aos acionistas, conforme o padrão US GAAP, teve uma queda acentuada de 71%, alcançando apenas US$ 409 milhões.
O estrategista destaca que as justificativas para essas menores vendas foram a necessidade de modernizar as linhas de produção para produzir uma versão atualizada do seu popular SUV Model Y; os menores preços médios de venda; além dos incentivos dados para realização das vendas.
“Por outro lado, a Tesla garantiu que continua no caminho para o ‘lançamento piloto’ em Austin e que começa a construir seus robôs humanoides em uma linha de produção piloto em Fremont, Califórnia, neste ano”, ressaltou a análise.
Tesla melhora no fluxo de caixa e receita de créditos de carbono
Embora tenha enfrentado uma queda no lucro líquido, a Tesla mostrou alguns sinais positivos no primeiro trimestre de 2025.
O fluxo de caixa livre cresceu 126%, atingindo US$ 664 milhões, impulsionado por uma forte geração de caixa operacional, que aumentou em impressionantes 791% no comparativo anual.
O caixa total da companhia também registrou um crescimento de 38%, alcançando US$ 36,9 bilhões. Contudo, os investimentos (Capex) caíram 46%, totalizando US$ 1,49 bilhão.
Outro ponto positivo foi a receita de US$ 595 milhões proveniente da venda de créditos de carbono para outras montadoras, que compram esses créditos para compensar a venda de veículos a combustão. Esse número representou um aumento expressivo em relação ao ano anterior.
Apesar desses resultados positivos, o negócio automotivo da Tesla está sob pressão. As entregas globais de veículos caíram 13% no período, o que pode ser parcialmente atribuído à reação negativa de consumidores à associação de Elon Musk com o governo Trump, onde ele exerce um papel de “czar” dos cortes de gastos.
Além disso, a empresa enfrentou protestos nos EUA e na Europa, e algumas de suas lojas e estações de recarga foram alvo de vandalismo e até incendiadas.
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